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Collor chama Moro de enxerido e critica: 'Achou que ia ser o bam bam bam'

6.fev.2018 - O senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) faz discurso no plenário do Senado - Waldemir Barreto/Agência Senado
6.fev.2018 - O senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) faz discurso no plenário do Senado Imagem: Waldemir Barreto/Agência Senado

Colaboração para o UOL

14/09/2020 13h58

O ex-presidente da República e senador Fernando Collor de Mello (PROS-AL) comentou sobre Sérgio Moro e considerou "equivocado" o envolvimento do juiz na política enquanto foi ministro da Justiça.

"O que houve de equivocado foi o juiz Sérgio Moro sair da magistratura e se meter na política. Ele tinha que continuar lá para combater a corrupção, para fazer o trabalho que estava fazendo e ser aplaudido pela população, pela eficiência e utilização de métodos heterodoxos. Cada qual no seu quadrado, o quadrado dele não é a política, ele veio se enxerir para ser ministro da Justiça, achando que ia ser o bam bam bam do governo Bolsonaro [...] e então o presidente resolveu chamá-lo e dizer quem manda", disse à Rádio Jovem Pan.

Collor também falou sobre os pedidos de impeachment que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem recebendo e criticou a "banalização" do processo, principalmente em meio à pandemia do coronavírus."Nunca vi ser tão banalizado um instrumento extremamente importante, que é para ser utilizado em últimas das últimas instâncias como um processo de impeachment. Já foram solicitados cerca de 40 pedidos de afastamento no meio de uma pandemia, temos um grande inimigo para unidos combatermos e, falar em impeachment é algo absurdamente impensável, não há motivo para isso. Acho que está na hora de pararmos com esses ataques e deixar o homem trabalhar", ressaltou.

O senador também elogiou a postura de Bolsonaro e disse que o presidente tomou a direção certa nos últimos meses."Ele está na direção daquilo que cabe a ele como líder político da nação. Ele tem que fazer política por meio dos instrumentos que a Constituição e a democracia lhe oferece. Isso ele vem fazendo de uns dois meses para cá, vem se aproximando do centro democrático e, com isso, construindo essa maioria parlamentar. Sem maioria parlamentar, não há governo que se sustente no lugar", pontuou.

Interação nas redes sociais

Destaque por interagir nas redes sociais de forma bem-humorada com os seguidores, Collor comentou sobre a mudança de postura, pois frequentemente era visto irritado no passado, quando foi presidente da República."Sou uma pessoa bem-humorada. Talvez as inúmeras pressões, as contingências que cercavam o momento tenham me tirado o bom humor que é o meu natural. Reencontrei esse meu bom humor graças às redes sociais [...] Entendi que tinha que fazer dessa interação bem-humorada ou transformaria meus tuítes em um ringue de MMA", disse.

O ex-presidente afirmou que ele mesmo interage nas redes, mas que também conta com uma equipe para ajudar no gerenciamento."Tenho uma equipe técnica que, quando tiro as fotos, a própria equipe já coloca nos meus Stories. Mas os tuítes sou eu que faço. Todo aquele que participa das redes sociais tem que pautar o seu comportamento se quiser ser longevo na sua convivência. Tem que ter bom humor, capacidade de entender a insatisfação e implicações, tem que levar tudo isso da melhor maneira possível", destacou.

Collor acrescentou que também recebe duras críticas e agressões nas redes, mas que não deixa de atendê-los."Temos tido a possibilidade de respondermos com algumas brincadeiras, em outros casos mais sérios, mas fundamentalmente não deixamos de atender todos aqueles que, mesmo com agressões, mesmo falando conosco de forma dura, sempre recebem de nós um tratamento respeitoso", finalizou.