Reinaldo Azambuja credita estiagem aos incêndios no Pantanal
Colaboração para o UOL, em São Paulo
15/09/2020 18h14
Reinaldo Azambuja, governador do Estado do Mato Grosso do Sul, defendeu em entrevista à CNN que o Pantanal está vivendo a maior estiagem dos últimos 50 anos. O governador ainda se mostrou otimista com a chegada da primavera pois acredita que as chuvas possam ajudar a cessar os incêndios na região.
"Estamos vivenciando a maior estiagem dos últimos 50 anos do Pantanal", disse.
De acordo com o governador, a situação da estiagem está relacionada com os graves incêndios da região. "Estes hectares são justamente a margem do rio Paraguai", defendeu. Para Azambuja, os anos de cheia do rio criou uma matéria orgânica em suas margens, que é o que está "causando problemas".
"Quando veio a seca, a água desceu, o nível do rio abaixou muito e criou ali os problemas para os ribeirinhos, muitas vezes eles colocam fogo na beira do rio", disse.
Apesar de creditar os incêndios às causas naturais, o governador não descartou a existência de focos de incêndio criminosos, que ele acredita estar se espalhando devido à estiagem.
Com a homologação do estado de emergência no Mato Grosso do Sul, Azambuja acredita que o decreto "agilize" algumas ações, como a contratação de carros pipas, máquinas e equipamentos.
O governador ainda afirmou que a ajuda financeira do governo federal de R$ 3,8 milhões anunciada hoje será empregada em contratação de horas voo, em combustível e máquinas e equipamentos.
"Temos mais cinco planos de trabalho que estão sendo construídos com a defesa civil", afirmou.
O governador também se mostrou esperançoso com a mudança de estação, afirmando que a chegada das chuvas pode diminuir os incêndios do Pantanal.
"O que é conhecido como bombeiro do pantanal é o próprio boi porque ele come a pastagem, diminui o tamanho daquela massa de matéria orgânica e evita a proliferação do fogo. Com os anos de cheia essa matéria orgânica cresceu muito então esse volume criou esses problemas que estamos vivenciando."
Azambuja negou a falta de fiscalização, afirmou que focos criminosos estão sendo investigados e ainda e elogiou a atual legislação ambiental brasileira.