O agro pode ser pop, mas não resolve o problema da fome, diz Lula
O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) criticou hoje o "golpe contra a presidenta (sic) Dilma (referência ao impeachment contra Dilma Rousseff, do PT, em 2016)", o "desmonte do Estado" e o "gravíssimo quadro do desemprego" pelo aumento da fome e da insegurança alimentar entre os brasileiros nos últimos anos.
"Seis anos atrás, o Brasil conquistava o respeito e admiração mundial ao ser declarado fora do Mapa da Fome da ONU (Organização das Nações Unidas). Depois do golpe contra a presidenta Dilma, o país deu marcha à ré. Os golpistas mergulharam nosso país num poço sem fundo", disse Lula em um vídeo gravado e publicado em seu canal no YouTube.
"O agro pode ser 'pop', como dizem os caríssimos anúncios na televisão, mas não resolve o problema da fome. Repito: mais de 10 milhões de brasileiros não têm o que comer. E isso sem falar nos 74 milhões que estão, segundo os técnicos, em 'situação insegurança alimentar média ou leve'. Na mesa do pobre, porém, a fome não tem nada de média ou leve", continuou.
Segundo dados divulgados em setembro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais de um terço da população brasileira apresentou algum grau de insegurança alimentar no biênio 2017-2018, maior índice registrado pelo órgão desde 2004, quando o levantamento foi feito pela primeira vez.
Em outro momento do vídeo, Lula voltou a falar do impeachment contra Dilma - "o combate à miséria e à fome deixou de ser prioridade" a partir daí, disse - e o "esvaziamento das políticas públicas de inclusão social" pelo aumento da fome.
"Os pobres estão cada vez mais pobres, e os ricos estão cada vez mais ricos", afirmou.
No vídeo, Lula também criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por como tem lidado com a política do auxílio emergencial.
"Bolsonaro disparou um tiro de misericórdia contra os pobres e reduziu pela metade o valor do auxílio emergencial, de R$ 600 para R$ 300, além de excluir um grande número de beneficiários do programa", criticou.
"E já avisou: o auxílio emergencial acaba em dezembro, mesmo que a pandemia continue. É imperioso continuar com o auxílio emergencial enquanto durar a pandemia", finalizou.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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