Maia cita Doria, Huck e Ciro e prega frente de centro de olho em 2022
João Doria (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e o apresentador Luciano Huck. Estes foram alguns dos nomes citados pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), como possíveis lideranças em uma aliança de centro para as eleições de 2022. Ao UOL Entrevista, Maia também falou sobre as vaidades em Brasília, negou a prorrogação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) Emergencial no próximo ano e se disse assustado com a inação do governo sobre reformas.
Maia afirmou que o Brasil tem "nomes que poderiam representar esta aliança" de centro.
"Doria, claro, Luciano Huck se aproximando, Ciro Gomes, sem dúvida, algum nome do PSB", disse. "O mais importante é compreender que ninguém constrói projeto pessoal que vira projeto coletivo."
Maia também citou o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), "que faz uma grande gestão". Para ele, "o recado que saiu das urnas" é que a sociedade quer "continuar renovando a política, mas viu que a falta de experiência é um salto no escuro".
Maia, para quem Huck é "um nome que devemos trabalhar", aproveitou para alfinetar o ex-juiz Sergio Moro, outro presidenciável em 2022.
"Não precisa, agora o Moro é consultor de uma empresa que presta serviço para a Odebrecht, acho que ele já está encaminhado ao setor privado", afirmou.
Maia cobra ação do governo
O presidente da Câmara também alfinetou o governo federal, que teria deixado de pautar assuntos importantes no período eleitoral e deixou de se pronunciar sobre esses temas na manhã de hoje, um dia após a eleição.
"Acho que o governo poderia começar o dia com uma coletiva com a pauta que o governo tem interesse para os próximos dois meses", disse.
"Um governo que não quis enfrentar esses desafios no processo eleitoral, acho que foi um equivoco, e agora (...) qual a pauta que o governo pretende apoiar? Além de organizar as despesas, nós precisamos melhorar o ambiente de negócios."
Senti falta na manhã de hoje uma posição clara e objetiva e urgência em relação à pauta que trata das despesas públicas
Rodrigo Maia, presidente da Câmara
"Qual é a PEC Emergencial? Isso me assustou muito porque essa será a base de qualquer investimento, e os próximos meses serão decisivos no caminho do governo, se vai ficar à direita ou se vai caminhar para o centro", disse.
Para Maia, "o centro virá forte em 2022, cabe o governo decidir se vai continuar estragando a imagem do Brasil no exterior para tentar tirar um pouco do nosso espaço". Este seria o conselho que ele daria ao presidente "se fosse aliado deles [governo]".
"Isso vai definir qual é o campo em que o presidente vai trabalhar seu processo de reeleição. A partir daí todos os campos vão se mexer", garante.
PEC da Guerra
Segundo Maia, há projeção de inflação no primeiro semestre do próximo ano, que deve pressionar a taxa de juros e o déficit primário, "que vai impactar ainda mais a dívida pública" e pode afetar o teto de gastos. O presidente da Câmara se mostrou irredutível sobre encerrar o regime de frouxidão de despesas devido à pandemia em 31 de dezembro.
"A partir de janeiro não teremos a emenda da PEC da Guerra, que flexibilizava as regras de ouro", afirmou, em referência à possibilidade de o Estado se endividar durante a crise provocada pela pandemia.
"A partir de janeiro tudo isso volta a valer, e qualquer decisão do governo terá uma complexidade diferente do que teve até agora e terá até 31 de dezembro", disse Maia, que também afirmou que votará contra a nova CPMF, um imposto sobre transações financeiras.
"Não terá meu apoio. Não sei se é pouco ou muito, mas a criação de impostos em um país que já gasta muito é o nosso grande drama", disse.
Os vaidosos de Brasília
Em tom de ironia, Maia comentou sobre a vaidade em Brasília, que "atrasa reformas no Brasil".
"A vaidade é uma loucura. Você não faz ideia do que é uma vaidade na política", afirmou. "Como a vaidade nos atrapalhou."
Segundo o parlamentar, a vaidade tirou PECs (propostas de emenda à Constituição) da Câmara e "jogou no Senado", a "emergencial passou a ser super emergencial, aí travaram a tributária".
E o Brasil está ficando para trás porque a vaidade dos homens às vezes prevalece em relação à racionalidade e bom senso
Rodrigo Maia, presidente da Câmara
Questionado sobre quem seriam os mais vaidosos, Maia afirmou que "alguns mereciam ganhar o troféu".
"Depois de terminar meu mandato na Presidência, eu vou falar mais. Agora eu quero aprovar as matérias", disse. "Aí eu falo a ordem dos vaidosos do governo federal e do Parlamento brasileiro."
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