"Não podemos esperar até as eleições de 2022", diz Dirceu sobre Bolsonaro
Ex-ministro da Casa Civil, no governo Lula, José Dirceu criticou duramente a atuação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e disse que não se pode esperar até as próximas eleições para tirá-lo do poder. A declaração ocorreu em artigo publicado hoje no site "Poder 360".
Para Dirceu, o Brasil nunca teve um "governo criminoso e irresponsável como o atual". "Na realidade um governo militar, autoritário, de extrema-direita, obscurantista e fundamentalista", disse ele. "E, também, corruptor ao capturar as instituições —como a Polícia Federal, a Receita Federal, o Coaf, o Ministério Público— e colocá-las a serviço da impunidade para benefício do presidente, sua família e grupo de áulicos, dos policiais e militares agora acima da lei", prosseguiu.
"Vivemos à beira de um precipício. Nossa democracia, Estado Nacional e de Bem-Estar estão em risco de um colapso ou ruptura. Não há mais dúvidas. Bolsonaro e seu bando não podem e não devem continuar governando o Brasil. Não podemos esperar por 2022 para derrotar este desgoverno. Nossa tarefa principal, em 2021, é remover Bolsonaro do cargo de presidente, de forma legal e constitucional", acrescentou.
No artigo, Dirceu pede ainda a união "de todos os democratas, progressistas, nacionalistas na luta contra Bolsonaro" e a construção de uma "Frente Popular de esquerda para organizar a resistência popular, lutar pela vacinação pública e gratuita, pelo auxílio emergencial, por um plano de investimentos para criar empregos e renda e para disputar as eleições presidenciais em 2022".
Um dos protagonistas dos governos Lula (2003-2010), José Dirceu deixou a prisão em novembro de 2019 beneficiado por uma decisão do STF (Supremo Tribunal Feral) que, por 6 votos a 5, decidiu que um condenado só pode ser preso após o trânsito em julgado (o fim dos recursos).
O ex-deputado foi condenado pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre, a cumprir a pena de oito anos e dez meses de prisão pelo caso de corrupção envolvendo a Petrobras, no âmbito da Lava Jato.
Esta foi a segunda condenação de Dirceu na Lava Jato. Em setembro de 2017, Dirceu teve sua pena aumentada na segunda instância para 30 anos e nove meses por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
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