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Sem sede própria, prefeito no interior do PI dá expediente no meio da rua

Lécio Gustavo de Sousa Bezerra (MDB) culpa antecessor por falta de Prefeitura em Alvorada do Gurgueia - Prefeitura de Alvorada do Gurgueia/Divulgação
Lécio Gustavo de Sousa Bezerra (MDB) culpa antecessor por falta de Prefeitura em Alvorada do Gurgueia Imagem: Prefeitura de Alvorada do Gurgueia/Divulgação

Yala Sena

Colaboração para o UOL, em Teresina

05/01/2021 20h43

Em uma tenda improvisada com duas mesas e três cadeiras, sem qualquer privacidade, o novo prefeito de Alvorada do Gurgueia (PI), cidade a 539 km de Teresina, atendeu à população no meio da rua nos dois primeiros dias de trabalho.

Sem sede própria, Lécio Gustavo de Sousa Bezerra (MDB), 39 anos, improvisou um gabinete na avenida principal da cidade após assumir a Prefeitura. Ele contou que o ex-prefeito Luís Ribeiro Martins (Progressistas), seu adversário, despachava em um imóvel de propriedade da família do ex-gestor.

"Nos últimos dias, o ex-prefeito desocupou a casa e levou arquivos e equipamentos da Prefeitura para uma sala no Centro Cultural da cidade. Um local totalmente sem condições de uso: o teto está caindo, quando chove entra água, existem várias infiltrações. Por isso tive que instar uma tenda para receber a demanda da população", disse o prefeito.

Ele informou que levanta informações para saber se a Prefeitura pagava o imóvel que pertence ao prefeito. "Ainda não sei se ele recebia pelo aluguel da casa, estamos levantando", disse.

A cidade de Alvorada do Gurgueia tem mais de 5 mil habitantes. O prefeito disse que, nos dois dias em que atendeu no meio da rua, recebeu demandas dos moradores sobre a geração de emprego e retorno das aulas presenciais, suspensas em decorrência da pandemia do novo coronavírus.

"Estamos atendendo a população sem qualquer privacidade, mas respeitando o distanciamento e o uso de máscara. Estou sem espaço até mesmo para reunir minha equipe", disse o gestor que procura imóvel para alugar para ser sede temporariamente da Prefeitura.

Segundo o prefeito, o município está impedido de receber transferências da União por conta de pendências junto ao Tesouro Nacional. Ele disse que estuda a decretação de calamidade administrativa e que as dívidas da prefeitura já ultrapassam R$ 5 milhões em INSS, atrasos em contas de energia elétrica e pagamentos de servidores.

O UOL tentou localizar o ex-prefeito Luís Martins para esclarecimentos, mas não foi localizado.