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Bloco derrotado tenta reverter ato de Lira que anulou eleição da Mesa

Lira adiou o restante da eleição por entender que o bloco de Baleia Rossi foi registrado depois do prazo regimental - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Lira adiou o restante da eleição por entender que o bloco de Baleia Rossi foi registrado depois do prazo regimental Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Kelli Kadanus

Colaboração para o UOL, em Brasília

02/02/2021 13h07Atualizada em 02/02/2021 15h36

Deputados que integram o bloco da candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara discutem uma solução para a decisão de Arthur Lira (PP-AL), vencedor da eleição, que adiou ontem a apuração dos votos para os demais cargos da mesa diretora.

Lira adiou o restante da eleição por entender que o bloco de Baleia Rossi foi registrado depois do prazo regimental. O prazo era até as 12 horas, mas o PT só conseguiu entrar no bloco às 12h06. O partido culpa a lentidão do sistema.

A eleição para a mesa diretora está marcada para as 18 horas de hoje, mas o bloco de Baleia cogita tentar adiar o pleito. A judicialização da eleição ainda não foi descartada, mas o grupo prefere uma solução política para o impasse.

"Estamos tomando todas as medidas políticas e jurídicas", disse o líder da minoria, José Guimarães (PT-CE). Segundo a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), adiar a eleição da mesa é uma possibilidade.

Os líderes vão consultar as bancadas sobre a estratégia e se reúnem mais tarde mais uma vez. Às 14h15, Lira convocou reunião do colégio de líderes para tratar das eleições.

Se não conseguirem manter a eleição com os blocos originais, deputados da oposição não descartam a obstrução dos trabalhos na Câmara.

Com a decisão de Lira, o PT deixaria de ter o cargo na 1ª secretaria e passaria a integrar a 4ª secretaria da mesa. Além disso, Rede e PDT perderiam as vagas na mesa diretora para partidos do bloco de Lira.

"Sistema ficou parado"

Em nota oficial, a bancada do PT na Câmara disse que "repudia a tentativa de impedir a representação parlamentar legítima" e disse que o atraso no registro foi resultado de falhas técnicas.

"O sistema deixou de responder aos comandos dos usuários, entrando em um modo contínuo de 'carregamento'. O sistema ficou parado, deixou de responder e ficou carregando indefinidamente", diz a nota.

Ainda de acordo com o bancada, parte dos líderes se dirigiu ao gabinete do MDB para pedir ajuda na efetuação do registro, mas o problema também foi enfrentado pelos emedebistas. Então, os líderes dos dois partidos entraram em contato imediato com a secretaria-geral da Mesa para comunicar a falha técnica.

"Quando o sistema pôde ser acessado, o prazo já havia se esgotado, tanto para o ofício interno da Bancada do PT (6 minutos), quanto para o ofício consolidador do bloco (cerca de 1 hora)", diz a nota.

Por último, a bancada do PT chama a atitude de Arthur Lira de autoritária." A Bancada do PT repudia de forma veemente este ato autoritário, ilegal e antirregimental do novo presidente da Câmara dos Deputados que ao valer-se de uma nuance burocrática, rompe com as normativas e com a tradição de convivência democrática no parlamento, desconsiderando a pluralidade e a histórica composição proporcional e plural dos espaços de direção do Poder Legislativo Nacional."