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MP cumpre mandados de busca em ação que apura propina paga a Eduardo Cunha

Eduardo Cunha é alvo de operação que tem origem em colaboração premiada do doleiro Lúcio Funaro - Pedro Ladeira/Folhapress
Eduardo Cunha é alvo de operação que tem origem em colaboração premiada do doleiro Lúcio Funaro Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Hanrrikson de Andrade e Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

03/02/2021 09h03Atualizada em 03/02/2021 11h05

O Ministério Público do Distrito Federal e policiais civis da capital federal realizam na manhã de hoje uma operação que tem como alvo principal o ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

São cumpridos 16 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em quatro estados (São Paulo, Rio, Espírito Santos e Goiás). As autoridades investigam se o ex-parlamentar foi beneficiado com pagamento de propina para ajudar a aprovar leis que reduziram a alíquota do ICMS de aviação civil de 25% para 12%.

As buscas fazem parte de investigações iniciadas a partir depoimentos prestados em colaboração premiada pelo doleiro Lúcio Funaro. Ele já havia acusado Eduardo Cunha antes, em investigações ligadas a pagamentos de propina para o ex-deputado em troca de obtenção de empréstimos para empresários na Caixa Econômica, que era dirigida por políticos do MDB.

Cunha está em prisão domiciliar no Rio de Janeiro. Ele tem pelo menos três condenações judiciais: uma por propina em venda de navios da Samsung para a Petrobras; outra por desvios na Caixa; e outra por receber valores na Suíça após a compra de um poço de petróleo na África.

O ex-vice-governador do Distrito Federal Tadeu Filippelli, que estava no governo durante a gestão do petista Agnelo Queiroz (entre 2011 e 2015), também é citado na investigação.

A apuração é coordenada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Distrito Federal. A Operação de hoje foi batizada de "Antonov"

Policiais durante Operação Antonov - Reprodução - Reprodução
Policiais durante Operação Antonov
Imagem: Reprodução

A defesa de Cunha nega quaisquer irregularidades e argumenta que a investigação teria motivação política "com o intuito de retaliar, de forma injusta, alguém que vem cumprindo rigorosamente todas as condições que lhe foram impostas pela Justiça ao conceder a prisão domiciliar".

"Não se buscou nem mesmo disfarçar tamanha ilegalidade. Os próprios investigadores confessam que os fatos, os quais não guardam qualquer relação com Eduardo Cunha, são antigos, não passam de 2014. A defesa do ex-deputado confia nas instâncias superiores do Poder Judiciário para corrigir tamanha ilegalidade", informou a defesa, em nota.

A reportagem procurou Filippelli em seus telefones mas ele não retornou os contatos do UOL.