CPI aprova sessão sigilosa com Witzel e depoimentos sobre a Covaxin
Luciana Amaral e Gabriel Toueg
Do UOL, em Brasília e colaboração para o UOL, em São Paulo
23/06/2021 04h00Atualizada em 23/06/2021 16h08
A CPI da Covid aprovou hoje a realização de uma sessão sigilosa com o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, que na semana passada disse, em depoimento, ter um "fato gravíssimo a revelar". Segundo o ex-governador, o fato teria relação com a investigação da CPI, sobre eventual intervenção do governo federal em sua administração no estado do RJ.
Depois de um bate-boca envolvendo o senador Marcos Rogério (DEM-RO) sobre temas técnicos da oitiva de Witzel, como o local da reunião e a segurança dos parlamentares, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), declarou o requerimento aprovado. Três senadores votaram contra. O local onde o depoimento será tomado não foi definido ainda.
Em 16 de junho, Witzel disse à comissão que só poderia revelar o "fato gravíssimo" em uma sessão em segredo de Justiça.
Witzel afirmou que só prestará depoimento em sessão sigilosa da CPI da Covid após proteção policial. Ele alega questões de segurança própria e de sua família ao fazer a exigência.
"Informo ainda, que só irei falar após proteção policial, por questões de segurança minha e de minha família e para garantia da efetividade das possíveis medidas a serem tomadas", escreveu Witzel em nota à imprensa publicada em suas redes sociais.
A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.