Com faixa e bandeira de Israel, Bolsonaro é homenageado diante de hospital
Sozinhos, cinco mulheres e um homem saíram de suas casas para passar a tarde na entrada do hospital Vila Nova Star, na zona sul da capital paulista, desejando "força" e "boa sorte" ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Ele está internado para o tratamento de uma obstrução intestinal, tem evoluído bem, mas sem previsão de alta.
O grupo ficou o dia todo sentado conversando em uma mesa de uma padaria na mesma rua do hospital, boa parte do tempo sem máscara de proteção. Ao lado, estenderam bandeiras do Brasil e de Israel, com a imagem de Bolsonaro estampada, e uma faixa na frente da unidade com os dizeres: "Força, capitão, é só mais uma luta".
Foi essa faixa que deu início a uma batalha de gritos pela rua Doutor Alceu de Campos Rodrigues no começo da tarde, por volta das 13h. De vidros abertos, ao menos oito condutores passaram xingando o capitão reformado de "genocida", "fascista" e também gritando "fora, Bolsonaro". Os fãs de Bolsonaro retrucavam com vaias solitárias e risadas irônicas.
Em dado momento, o farol da rua estava fechado sinalizando vermelho quando uma motorista ficou parada ao lado do grupo. A mulher abriu o vidro e indagou: "Vocês são loucos ou o quê?". Ninguém respondeu.
Já eram mais de 14h quando três mulheres — uma delas sem máscara — entraram no hospital e deixaram na recepção "presentes" para o presidente, sem especificar qual seria o mimo.
Um novo estresse começou por volta das 16h quando um homem chegou empunhando um cartaz em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pedindo o impeachment de Bolsonaro.
Os bolsonaristas, primeiro, fingiram ignorar. Após cinco minutos, uma mulher se levantou e começou a gritar: "petista", "volta pra Cuba, Fidel", "seu mortadela".
O UOL tentou conversar com os apoiadores do presidente — que não autorizaram ser fotografados — mas, ao se identificar, a reportagem foi ofendida. "Lixo, esgoto", disse uma mulher.
A outra fã de Bolsonaro emendou e foi além. "Você tá de brincadeira, né? Você quer morrer? Sua empresa é um lixo. Você é funcionário, mas sua empresa é um lixo", afirmou.
No início da noite, alguns apoiadores passaram pela porta, gravaram vídeos e cumprimentaram outros bolsonaristas, mas logo foram embora. Um homem com uma camiseta de Bolsonaro se juntou ao grupo, que permaneceu, boa parte do tempo, sentado na mesa de bar próximo ao hospital.
No início da noite, pouco antes das 19h, cerca de 12 pessoas aguardavam diante do hospital. A pesquisa Datafolha mais recente apontou que Bolsonaro atingiu o pico de reprovação dos brasileiros durante seu governo, com 51%.
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