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'Bolsonaro não vai vir para o PP', diz presidente estadual do partido na BA

João Leão (PP), vice-governador da Bahia, disse que Bolsonaro não vai para o PP - Reprodução/Facebook/João Leão
João Leão (PP), vice-governador da Bahia, disse que Bolsonaro não vai para o PP Imagem: Reprodução/Facebook/João Leão

Do UOL, em São Paulo

29/07/2021 10h32Atualizada em 29/07/2021 11h07

O vice-governador da Bahia e presidente estadual do PP (Partido Progressistas), João Leão, disse hoje que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não vai para a sigla, mesmo com a aproximação do atual mandatário com o centrão após a nomeação de Ciro Nogueira, presidente nacional do partido, para o cargo de ministro da Casa Civil.

"O presidente Bolsonaro foi eleito presidente da república. (...) mas o presidente Bolsonaro não vai vir para o PP", disse o parlamentar à GloboNews.

Segundo o presidente estadual da sigla, a ida de Bolsonaro ao Progressistas não irá acontecer porque eles são um "partido independente" e não aceitam que alguém externo apareça e queira comandá-los.

"Ele [Bolsonaro] não vem porque o nosso partido é independente. Cada estado do Brasil tem a sua independência. Então nos não vamos aceitar de maneira nenhuma que venha alguém para comandar o partido. Não existe isso dentro do PP."

Em meio a diversos elogios a Ciro Nogueira, Leão explicou que a sigla dialoga e "quer marchar", como é no caso da Bahia, com diferentes partidos.

"O Ciro Nogueira é um democrata, então, nos temos dentro do nosso partido a democracia imperando e cada estado opina da maneira que quer. (...) Tudo na vida na política pode acontecer, mas nós queremos marchar com o PT, PSD, PSB", disse Leão.

Nomeação de Ciro

A ida de Nogueira para a Casa Civil é estratégica para fortalecer o governo no Senado, onde Bolsonaro tem perdido apoio com o avanço da CPI da Covid. Ele é presidente do PP (Partido Progressistas), um dos principais partidos do bloco de parlamentares do centrão, que dá sustentação parlamentar ao governo.

Apesar de compor a tropa de defensores do governo na CPI, Nogueira tem evitado embates mais duros, e o governo temia um desembarque do aliado.

O PP também é o partido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que vem segurando as pressões para a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro. Há mais de cem pedidos protocolados na Câmara, mas a decisão de abrir um processo depende do presidente da Casa.

Além disso, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), também pertence ao partido. O deputado está na mira da CPI da Covid devido a negócios suspeitos quando era ministro da Saúde ainda na gestão Michel Temer (MDB) e por acusações de que teria atuado para fechar a compra da vacina Covaxin sem aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e com valor acima das concorrentes.

Novo ministro chamou Bolsonaro de 'fascista'

Em 2018, Nogueira apoiou o candidato do PT, Fernando Haddad, no segundo turno das eleições presidenciais. Em 2017, ele chamou Bolsonaro de "fascista" e "preconceituoso" em uma entrevista a um programa da Rede Meio Norte.

"O Bolsonaro, eu tenho muita restrição porque é um fascista. Tem um caráter fascista, preconceituoso. É muito fácil você ir para a televisão dizer que vai matar bandido", disse Nogueira na ocasião.

Em sua live semanal na última quinta-feira (22), Bolsonaro minimizou as declarações de Nogueira e disse que "as coisas mudam".

"Tem vídeo circulando que ele me chamou de fascista lá atrás. Sim, me chamou. As coisas mudam. Eu tinha posições no passado que não assumo mais hoje, mudei", disse Bolsonaro.