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Encontro com premiê espanhol abordou combate à extrema-direita, diz Lula

Do UOL, em São Paulo*

19/11/2021 09h38Atualizada em 19/11/2021 12h19

O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, recebeu nesta sexta-feira o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na última etapa do petista em sua turnê pela Europa. Lula relatou, nas redes sociais, que um dos temas abordados, na conversa com o político do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), foi o "enfrentamento ao avanço da extrema-direita".

Sánchez também usou as redes sociais para divulgar o encontro e afirmou que foram tratados "vários assuntos de interesse comum, como a situação da pandemia, as mudanças climáticas, ou a recuperação econômica".

"Importante diálogo com o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) hoje em Madrid. Falamos sobre a integração europeia e da América Latina, além da importância das relações Brasil Espanha", comentou Lula em seu Twitter.

"Também conversamos sobre nossas experiências na construção de políticas públicas de combate à desigualdade. E dividimos a preocupação com o tema das mudanças climáticas e a importância da solidariedade entre as democracias no enfrentamento ao avanço da extrema direita", acrescentou o petista, que ainda não oficializou que será candidato à presidência em 2022.

Já o líder socialista espanhol escreveu em sua conta na rede social: "A Espanha e o Brasil compartilham fortes vínculos estruturais e permanentes em diferentes áreas".

"Hoje me encontrei com seu ex-presidente, Lula, para discutir vários assuntos de interesse comum, como a situação da pandemia, as mudanças climáticas, ou a recuperação econômica", acrescentou Sánchez, que postou duas imagens do encontro realizado no Palácio La Moncloa, a sede da presidência do governo espanhol, em Madri.

Na mesma rede social, Lula publicou um vídeo do início do encontro em que cumprimenta Sánchez.

Turnê europeia

O líder do Partido dos Trabalhadores (PT), de 76 anos, chegou na quinta-feira (18) a Madri, depois de passar pela Alemanha, onde se encontrou com o provável futuro chanceler Olaf Scholz, por Bruxelas e pela França.

Em Paris, reuniu-se, entre outras autoridades, com o presidente Emmanuel Macron e com a prefeita da capital francesa, Anne Hidalgo. A candidata socialista à presidência da França em 2022 recebeu com um abraço o "amigo" brasileiro, a quem concedeu o título de cidadão honorário de Paris em 2020.

Lula foi recebido pelo presidente da França na residência oficial do chefe de Estado, o Palácio do Eliseu, em Paris. O encontro com o petista teve protocolo reservado a chefes de Estado.

Atual favorito nas pesquisas, Lula disse no mês passado que definirá no início do ano que vem se lançará sua candidatura às eleições presidenciais de outubro de 2022, nas quais enfrentaria o atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), em um clima de forte polarização na maior economia da América Latina.

Por enquanto, Lula tira proveito de sua passagem pela Europa para criticar Bolsonaro por sua gestão da pandemia da covid-19 e pelos incêndios na Amazônia, assim como para cultivar sua imagem internacional enquanto espera para confirmar suas intenções eleitorais.

Nesta última etapa da viagem, Lula deve se encontrar na parte da tarde com a ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, uma figura em ascensão na esquerda radical espanhola.

No sábado (20), ele deve participar de um ato com movimentos progressistas e sindicais, no qual estarão as lideranças do Podemos e o ex-vice-presidente do governo espanhol Pablo Iglesias, ex-chefe dessa legenda.

De volta ao cenário internacional, Lula pode, mais uma vez, concorrer à liderança da maior economia latino-americana, depois de ter recuperado seus direitos políticos em março. O ex-presidente ficou preso por quase 18 meses, entre 2018 e 2019.

*Com informações da AFP.