MPF avalia questionar Twitter sobre combate a fake news após compra de Musk
O MPF (Ministério Público Federal) avalia questionar o Twitter no Brasil se a compra da plataforma pelo bilionário Elon Musk afetará as políticas de combate à desinformação na rede social. A transação foi anunciada nesta segunda-feira (25) por US$ 44 bilhões (R$ 214 bilhões).
O ofício será elaborado dentro da apuração sobre como as plataformas lidam com fake news em suas plataformas. Em janeiro, a Procuradoria cobrou os motivos pelos quais o Twitter não mantinha no Brasil um canal de denúncia sobre desinformação envolvendo covid-19. Pressionada, a plataforma incluiu o país nos testes.
A avaliação do MPF é saber se haverá, e quais seriam, as mudanças da plataforma em suas políticas de combate à desinformação com a nova gestão de Musk.
O questionamento não deve ser enviado imediatamente, uma vez que a compra do Twitter ainda está sendo formalizada nos Estados Unidos e deve se estender pelos próximos meses, mas já está no radar do MPF.
Em declarações recentes, Elon Musk criticou algumas políticas da plataforma. Após a compra, o bilionário disse que busca priorizar a "liberdade de expressão" e, embora não tenha divulgado seus planos para o Twitter, já citou uma possível moderação de conteúdo mais branda e descentralizada.
"Liberdade de expressão é a base do funcionamento da democracia, e o Twitter é a praça de discussão digital, onde são debatidos os assuntos vitais para o futuro da humanidade", disse Musk em comunicado. "Também quero tornar o Twitter melhor ao aprimorar o produto, acrescentando novos recursos".
Musk cita que quer tornar públicos os algoritmos da rede, para que as pessoas confiem mais na plataforma, e combater bots (robôs ou usuários de comportamento automatizado) que semeiam spam.
Ministro de Bolsonaro comemora compra
Depois do anúncio da compra do Twitter por Elon Musk, o ministro das Comunicações, Fabio Faria, celebrou a transação na rede social.
"Congratulations, Elon Musk! Mais uma vez você está a dois passos na frente dos outros players e agora faz um gesto ao mundo e em defesa da liberdade!", escreveu.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compartilharam uma mensagem de Musk.
O bilionário havia escrito que esperava que até seus piores críticos continuassem na plataforma após a compra do Twitter. "Porque isso é o que a liberdade de expressão significa", escreveu Musk.
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