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Após perder palanque no DF, Damares recusa ser deputada: 'Vou para o páreo'

Damares Alves (Republicanos), ex-ministra do governo Bolsonaro - MMFDH
Damares Alves (Republicanos), ex-ministra do governo Bolsonaro Imagem: MMFDH

Do UOL, em São Paulo

04/08/2022 16h54Atualizada em 04/08/2022 18h10

A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos) declarou que irá "para o páreo" na disputa ao Senado Federal ou para o governo Distrito Federal mesmo após perder o palanque do presidente Jair Bolsonaro (PL) no DF.

É o partido que vai decidir. Mas eu vou para o páreo. Eu estou me colocando à disposição de novo. Damares Alves ao jornal O Globo.

No mês passado, Damares disse que não seria mais candidata ao Senado após pedido do presidente feito em uma reunião no Palácio do Planalto. A ideia seria Flávia Arruda (PL), ex-ministra da Secretaria de Governo da gestão Bolsonaro, disputar a cadeira na chapa com Ibaneis Rocha (MDB) candidato à reeleição para o governo do DF. Flávia lidera as pesquisas de intenções de votos para o Senado.

Bolsonaro teria pedido para que Damares fosse disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Apesar de ter dito, em um primeiro momento, que poderia representar seus ideais de outra posição que não a de senadora, Damares Alves afirmou em julho que não teria interesse em ser deputada federal. Ela já havia feito e divulgado até mesmo vídeos promocionais de sua pré-campanha ao Senado.

Hoje, em entrevista ao jornal, a ex-ministra voltou a dizer que não quer candidatar-se ao cargo de deputada federal.

"Eu não quero ser deputada. Eu já deixei muito claro para o partido. A nominata já está muito boa", disse ao se referir aos colegas de partido que devem disputar uma cadeira na Câmara.

Nos argumentos do recuo, a aliada do presidente Bolsonaro e amiga próxima da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, comentou que viu "movimentos estranhos" por parte dos Arruda, incluindo o ex-governador do DF José Roberto Arruda, marido de Flávia.

"O presidente não se meteu nas configurações aqui no DF. Naquela reunião que eu recuei, foi levado para ele que a direita estaria toda junta. Mas, depois daquela reunião, houve alguns movimentos estranhos. Começou a ter ruídos. O [José Roberto] Arruda falando que não vai pedir voto para presidente. Esses movimentos estranhos me deram mais uma oportunidade de tentar de novo."

Damares ainda declarou que não está "participando das conversas" para a definição da candidatura e vai deixar a decisão nas mãos do Republicanos. "(...) Já houve um momento em que eu tomei decisão e acabei causando danos", comentou sobre o episódio da aliança com Ibaneis mesmo sem conversar com o PL, sigla de Bolsonaro e Flávia.

O presidente do Republicanos do Distrito Federal, Wanderley Tavares, explicou que a definição para o impasse deve ser concluída na sexta-feira, mesmo dia em que ocorrerá a convenção regional da legenda. Tavares comentou também que Damares pode sair como candidata a qualquer cargo até mesmo ao governo estadual.

Flávia lidera as pesquisas eleitorais

Pesquisa do instituto Ideia, contratada e divulgada no dia 19 de julho pelo site Metrópoles, aponta a ex-ministra Flávia Arruda na liderança da corrida pelo Senado no Distrito Federal, com 23,2% das intenções de voto na pesquisa estimulada — quando o entrevistado recebe uma lista com os nomes dos pré-candidatos.

Em segundo lugar, estão a ex-ministra Damares Alves (Republicanos), com 14%, e o ex-vice-governador Paulo Octávio (PSD), com 11%. Como a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, os dois estão tecnicamente empatados.

A seguir, aparecem Paulo Roque (Novo), com 2,3%, e Rosilene Corrêa (PT), com 2,2%. Brancos e nulos foram 8,4%, e os que dizem ainda não saber, 38,9%.