Candidato a vice de Castro é alvo de ação da PF por contratos milionários
Washington Reis (MDB), candidato a vice-governador do Rio de Janeiro na chapa do governador Cláudio Castro (PL), é um dos alvos de operação da Polícia Federal que acontece hoje em cidades do RJ. A ação, junto com a CGU (Controladoria-Geral da União), faz parte de investigação sobre favorecimento em contratos e aditivos que somam R$ 563,5 milhões em mais de dois anos.
De acordo com a PF, uma cooperativa de trabalho contratada pelo município de Duque de Caxias (RJ), onde Reis foi prefeito por dois mandatos, pertence a uma "estruturada e complexa organização criminosa que vem operando no estado em um contexto de corrupção sistêmica, em especial na área da saúde, há décadas".
O UOL apurou que foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência do ex-prefeito e também na Fazenda Paraíso —um centro de tratamento para dependentes químicos no município.
A PF não deu detalhes sobre as suspeitas que recaem sobre o candidato a vice-governador.
Em nota, Washington Reis afirmou que "atendeu aos policiais e se colocou à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários" e que "nada foi encontrado". Em relação à Paraíso, o candidato a vice afirmou que "não encontraram nada ilegal" e destacou que há 60 dependentes químicos em tratamento no local.
Em um vídeo enviado à reportagem, Reis disse que a Fazenda Paraíso recebeu a doação de um tanque para criação de tilápia e que o processo na PF cita a doação do bem para uma fazenda particular dele.
"Nosso advogado já acessou o inquérito. É algo muito chocante (...) e a gente sofre, faltando um mês para a eleição, essas pancadas da política para muita gente que não consegue o esclarecimento do fato ficar em dúvida. Tô muito tranquilo porque sou firme no que faço."
Cláudio Castro disse, em nota que, "respeita o trabalho da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) e aguarda os desdobramentos da operação" e destacou que ela acontece em sete cidades do RJ. Castro tinha duas agendas de campanha marcadas para hoje, a partir das 12h. Às 10h, foram canceladas sem motivo divulgado.
A CGU explica que sua investigação levantou fatos que indicam o favorecimento da cooperativa de trabalho em contratos da Saúde, como:
- Opção por pregão presencial em vez de eletrônico;
- Inserção de cláusulas restritivas no edital;
- Falta de clareza na definição dos serviços e quantitativos objeto da contratação;
- Descumprimento de cláusulas de editais;
O contrato analisado recebeu, de acordo com a CGU, cerca de R$ 414 milhões entre março de 2020 e março de 2022, sendo R$ 142,8 milhões de recursos federais transferidos para a saúde municipal de Caxias. Por isso, oito auditores da CGU participam da operação.
A CGU afirma que investiga nesta Operação Anáfora, de hoje, alvos em comum com a Operação Favorito, de junho de 2020, que investigou fraudes em licitações.
De acordo com a PF, 130 policiais federais cumprem, no total, 27 mandados de busca e apreensão. Além de três em Duque de Caxias, a maioria é na capital fluminense (18) e outros em Maricá (1), Angra dos Reis (2), Mesquita (1), Niterói (1) e Nova Iguaçu (1).
As investigações da PF apontam que os alvos —pessoas físicas e jurídicas— são empresários, operadores financeiros e prováveis líderes do esquema criminoso.
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