Topo

Em silêncio há 3 dias, Bolsonaro bate 'recorde' de ausência em rede social

Ricardo Moraes/Reuters
Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

Do UOL, em Brasília

01/11/2022 16h37Atualizada em 01/11/2022 16h37

Derrotado nas urnas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL) está afastado das redes sociais desde sábado (29 de outubro), véspera da votação no segundo turno. O fato é inédito em 2022.

Segundo levantamento feito com base nas postagens no Facebook em 2022, este já é o período de maior ausência do atual presidente na plataforma —a mais utilizada dentro de sua estratégia política e eleitoral.

O primeiro pronunciamento de Bolsonaro após o resultado da eleição deve ocorrer na tarde de hoje.

Até 16h30, jornalistas estavam posicionados no hall do Palácio da Alvorada, a residência oficial da chefia do Executivo, à espera de uma entrevista anunciada pela Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social). Não se sabe ainda o teor do discurso do mandatário derrotado no último domingo.

Dia isolado. Em 2022, Bolsonaro e sua equipe fizeram postagens diárias no Facebook. No período entre 1º de janeiro e a véspera do segundo turno, o candidato à reeleição derrotado tinha ficado ausente em apenas um dia (7 de abril).

Naquela data, Bolsonaro participou de um evento de lançamento de linha de crédito do Banco do Brasil. Na ocasião, às vésperas do calendário eleitoral, foi lançado um programa de financiamento para caminhoneiros, cerca dois meses após um anúncio semelhante voltado à categoria.

Depoimento do '04'. Também em 7 de abril, o filho "04" de Bolsonaro, Jair Renan, prestou depoimento por mais de cinco horas à Polícia Federal sobre as suspeitas de tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

A apuração foi aberta pela PF em março do ano passado, após um pedido do Ministério Público Federal, que avaliou denúncias feitas por parlamentares da oposição ao governo contra a suposta atuação de Renan em favor de empresários.

Crítica de ministro do STF. À coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, um ministro do Supremo afirmou considerar que "estamos lidando com um moleque" —uma crítica direta ao presidente Jair Bolsonaro devido ao silêncio ante resultado desfavorável nas urnas.

Há percepção entre magistrados de tribunais de Brasília de que o silêncio visa estimular protestos contra as eleições em todo o país.