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Lula deve anunciar combo de ministras para conter crítica sobre diversidade

Do UOL, em Brasília

13/12/2022 04h00Atualizada em 13/12/2022 11h24

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O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve anunciar de uma só vez um combo de ministras mulheres nos próximos dias.

Os nomes já vinham sendo estudados havia tempos, mas agora devem também ajudar a amenizar críticas sobre a falta de diversidade na primeira divulgação oficial sobre a composição do primeiro escalão petista.

Na semana passada, Lula anunciou cinco homens para compor ministérios. Há a expectativa de que Lula faça novos anúncios já nesta terça-feira (13) após um ato informal de agradecimento à equipe de transição ao lado de Geraldo Alckmin (PSB), em Brasília.

Quem são as cotadas:

Marina Silva e Lula em evento na PUC-SP na última semana de campanha eleitoral - RICARDO STUCKERT - RICARDO STUCKERT
Marina Silva e Lula em evento na PUC-SP na última semana de campanha eleitoral
Imagem: RICARDO STUCKERT
  • Deputada eleita Marina Silva (Rede-SP) para o Meio Ambiente: Ex-ministra do Meio Ambiente, Marina corre como o nome mais cotado para assumir novamente a mesma pasta. Ela participou ativamente do grupo técnico da área desde o início da transição em Brasília e esteve ao lado de Lula no Egito em novembro para participar da convenção climática COP-27. Caso seja escolhida, terá como desafio recriar programas esvaziados durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), com um orçamento apertado.
Margareth Menezes na Cultura - Divulgação - Divulgação
Margareth Menezes na Cultura
Imagem: Divulgação
  • Cantora e compositora Margareth Menezes para a Cultura: O nome da cantora baiana ganhou força na semana passada, quando circularam informações de que ela foi convidada para assumir a pasta. O convite segue a tendência do governo Lula que, no seu primeiro mandato como presidente da República, convidou o conterrâneo Gilberto Gil para a função. Margareth também faz parte do grupo de transição.
Tebet e Lula em agenda de campanha do ex-presidente em Juiz de Fora (MG) - Ricardo Stuckert - Ricardo Stuckert
Tebet e Lula em agenda de campanha do ex-presidente em Juiz de Fora (MG)
Imagem: Ricardo Stuckert
  • Senadora Simone Tebet (MDB-MS) para Desenvolvimento Social: Adversária de Lula no primeiro turno, a senadora foi uma peça fundamental no segundo turno. Anteriormente cotada para Educação e Agricultura, aliados dizem que ela preferiu o Desenvolvimento Social, seguindo o grupo técnico do qual ela faz parte durante a transição. Tebet tem previsão de vir a Brasília essa semana para uma despedida de seu mandato no Senado Federal.
Izolda Cela e Camilo Santana, vitoriosos na eleição estadual de 2018 - Estadão Conteúdo - Estadão Conteúdo
Izolda Cela e Camilo Santana, vitoriosos na eleição estadual de 2018
Imagem: Estadão Conteúdo
  • Governadora cearense Izolda Cela (sem partido) para Educação: A seu favor, Cela é considerada a principal responsável pelos altos índices de educação no estado: segundo o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) deste ano, tem 87 das 100 melhores escolas públicas do país. Vice do senador eleito Camilo Santana (PT-CE), ela era a escolhida do partido para sucedê-lo quando ainda estava no PDT, mas foi preterida por Ciro Gomes (PDT).

É esperado que Lula anuncie entre dez e doze ministros ainda nesta semana. Além de disputas entre partidos aliados por vagas, há uma pressão interna e externa para que o governo petista seja diverso.

Um quadro ministerial composto apenas de homens brancos de meia-idade era uma das principais críticas do PT e do próprio Lula ao governo Bolsonaro. Durante toda a campanha, o presidente eleito evitou dar números ou prometer que haveria equidade de gênero nos ministérios, mas afirmou que seria mais diverso.

A cobrança voltou a acontecer no anúncio de sexta, com cinco homens. "Vocês não podem achar que o Flávio Dino [PSB] é branco", disse Lula, respondendo a um jornalista, sobre o futuro ministro da Justiça. No TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ele se registrou como pardo.

Os futuros ministros Fernando Haddad (Fazenda), Flávio Dino (Justiça), Rui Costa (Casa Civil) e José Múcio (Defesa) durante anúncio de Lula (PT), junto a Gleisi Hoffmann (PT) e o futuro  vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), em Brasília - Ricardo Stuckert - Ricardo Stuckert
Cinco homens anunciados na sexta: pressão por mais diversidade
Imagem: Ricardo Stuckert

Há também a questão estritamente política. Se cumprir as promessas de campanha —algo que está sendo repensado pelo futuro presidente— o novo governo terá pelo menos 33 pastas. Entre a composição, os partidos esperam:

  • 10 a 12 ministérios para a federação PT-PCdoB-PV;
  • Até 10 para os partidos que compuseram aliança (PSB, PSOL, Rede, Solidariedade, Pros, Avante e Agir);
  • 3 ou 4 para o MDB;
  • 3 para o PSD;
  • 2 ou 3 para o União Brasil.