Polícia apura a participação de outras pessoas em ato com bomba no DF
A Polícia Civil do Distrito Federal apura se o empresário bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, preso hoje suspeito de tentar explodir uma bomba em área próxima ao aeroporto da capital, recebeu a ajuda de outras pessoas.
O que diz a polícia
- Que existem outras pessoas envolvidas e que serão identificadas e presas
- E que o empresário e o seu grupo queriam chamar a atenção, causar um tumulto com o objetivo ideológico e político
Tem outras pessoas envolvidas que serão identificadas e presas (...) Ele queria, o grupo dele, gostaria de chamar a atenção, justamente, ir para o aeroporto explodir lá esse artefato para causar um tumulto dentro da nossa cidade com esse objetivo ideológico deles, político.
Diretor-geral da Polícia Civil do DF, delegado Robson Cândido, em entrevista coletiva
Empresário citou outras pessoas. Em depoimento à polícia, George Washington apontou o envolvimento de pelo menos duas pessoas em seu plano, além do incentivo de uma mulher supostamente desconhecida.
Ao contrário da mulher [desconhecida], um homem chamado Alan --que eu já tinha visto algumas vezes no acampamento-- se mostrou mais disposto e se voluntariou para instalar a bomba nos postes de transmissão de energia (já que era mais fácil derrubar os postes do que explodir a subestação [de Taguatinga], como foi pensado originalmente.
George Washington de Oliveira Sousa
No dia 23, por volta das 11h30, um manifestante desconhecido que estava no QG acampado me entregou um controle. Em posse dos dispositivos, eu fabriquei a bomba colocando uma banana de dinamite acionada aos dispositivos.
Empresário bolsonarista em depoimento à polícia
Empresário disse ter gastado R$ 170 mil com armas. Com ele, foram apreendidos no sábado (24) um arsenal:
- dois revólveres
- duas espingardas
- três pistolas
- cinco emulsões explosivas
- munições e uniformes camuflados no imóvel alugado pelo empresário
Ele viajou do Pará para o Distrito Federal no início de novembro. Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), ele frequentou o acampamento em frente ao quartel-general do Exército.
George Sousa será autuado por crime contra o Estado e porte e posse de arma de fogo. À polícia, ele confessou ter montado um artefato explosivo numa área de acesso Aeroporto Internacional de Brasília.
"Ele tinha registro de colecionador CAC, e todas as armas estão no nome dele. No entanto, não há autorização para transitar com essas armas livremente. A situação se agrava porque ele viajou do Pará para Brasília sem guia de autorização de transporte", disse a corporação ao UOL.
A família do bolsonarista afirmou que soube da prisão do homem por meio da mídia, na manhã deste domingo (25). "Estou chocada e assustada. Isso não pode ter acontecido porque ela era uma pessoa pacifista. O meu marido nunca faria algo assim", disse ao UOL a esposa, Ana Claudia Leite de Queiroz, 50.
Segundo apurou o UOL, o homem pediu à polícia que a prisão, deflagrada na tarde de sábado (24), não fosse comunicada à família devido ao feriado de Natal.
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