Ao menos 6 obras raras, tela de R$ 8 milhões: o que foi destruído no DF
Gabriel Dias
Colaboração para o UOL
09/01/2023 12h14
Os extremistas bolsonaristas que invadiram os prédios dos Três Poderes em Brasília destruíram janelas, cadeiras, documentos e câmeras. Eles também atacaram itens históricos avaliados em milhares de reais.
Por meio das imagens obtidas nas redes sociais, é possível identificar alguns itens que foram danificados durante os atos de terrorismo nos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e a sede do STF (Supremo Tribunal Federal).
Os manifestantes, que não aceitam os resultados das eleições de outubro de 2022, também usaram uma mangueira de incêndio para inundar o Congresso e até atearam fogo no Salão Verde.
Segundo os órgãos, ainda não é possível dimensionar o valor exato do estrago deixado pelos vândalos, mas sabe-se, por exemplo, que uma obra de Di Cavalcanti que foi danificada vale cerca de R$ 8 milhões e pode alcançar valor até cinco vezes maior em leilões.
Todos os prédios deverão passar por uma perícia durante o dia de hoje, o que vai possibilitar a identificação do que foi destruído.
Entre os itens danificados, estão:
cadeiras dos ministros do STF;
porta do armário das togas do ministro do STF Alexandre de Moraes;
objetos e móveis da sala da primeira-dama, Janja da Silva;
vitral da artista plástica Marianne Peretti no Congresso Nacional;
vitrines do Congresso e do Planalto que exibiam objetos históricos;
vidraças do STF (foram pichadas);
janelas do Congresso, do STF e do Planalto;
mesas e armários dos prédios;
diversos eletrônicos, como televisões, computadores e impressoras;
galeria de fotos dos presidentes da República que fica no Planalto;
presentes de autoridades estrangeiras foram saqueados
Obras de arte que foram danificadas ou furtadas
na Câmara, a base da escultura 'Bailarina', de Victor Brecheret, não se encontra no local de origem após as invasões;
na mesma Casa, o "Muro Escultórico", de Athos Bulcão, foi perfurado na base;
a escultura "Maria, Maria", de Sônia Ebling, marcada com paulada na Câmara;
a tela "As Mulatas", do pintor Di Cavalcanti, que fica no terceiro andar do Planalto, foi furada pelos golpistas. A obra é uma das mais importantes do artista e o valor está estimado em R$ 8 milhões;
a obra "O Flautista", de Bruno Giorgi, é uma escultura em bronze e foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliada em R$ 250 mil;
a obra "Bandeira do Brasil", de Jorge Eduardo, de 1995. A pintura, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes, foi encontrada boiando em água que inundou térreo do Palácio do Planalto;
uma escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg foi quebrada em diversos pontos. A peça está estimada em R$ 300 mil;
o vitral "Araguaia", de Marianne Peretti, localizado no Salão Verde da Câmara dos Deputados, também foi destruído;
a escultura "A Justiça", feita pelo artista belo-horizontino Alfredo Ceschiatti em 1961, foi pichada;
o busto de Rui Barbosa, responsável pela criação do STF no modelo atual, em 1890, foi destruído;
entre itens de valor histórico danificados pelos vândalos no STF, também está um tapete que, segundo informações do Supremo, pertenceu à Princesa Isabel;
há imagens de diversos outros quadros ainda não identificados.
Símbolos nacionais também foram alvo dos terroristas
outras imagens mostram que os bolsonaristas pegaram uma réplica da Constituição de 1988. O item estava exposto no Salão Branco da Suprema Corte;
a mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck foi usada como barricada pelos terroristas; a avaliação do estado geral ainda será feita;
a mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues abriga as informações do presidente em exercício e teve o vidro quebrado;
o brasão da República do plenário do STF também foi tirado e levado para fora do órgão;
um relógio do século 17 que veio para o Brasil com a família real portuguesa, que ficava no terceiro andar do Planalto, foi danificado.