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Itamaraty remove embaixador brasileiro no Mali acusado de assédio

Carlos Eduardo de Ribas Guedes, embaixador brasileiro no Mali - Reprodução/Twitter
Carlos Eduardo de Ribas Guedes, embaixador brasileiro no Mali Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

15/02/2023 13h38Atualizada em 16/02/2023 17h18

O Ministério das Relações Exteriores removeu o embaixador Carlos Eduardo de Ribas Guedes do cargo no Mali, no norte da África. Recentemente, um grupo de 11 funcionários da embaixada brasileira o acusou de promover ações "desumanas" e "degradantes" no ambiente de trabalho.

A remoção do cargo foi publicada na edição de hoje do DOU (Diário Oficial da União) e assinada pela diplomata Maria Laura da Rocha, secretária-geral da pasta. A partir da data da publicação, começa a contar um prazo de dois meses para organizar sua mudança.

Ontem, a pasta informou que o embaixador foi objeto de investigação "no âmbito de processo administrativo disciplinar", que resultou na assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), conforme orientação da CGU (Controladoria-Geral da União).

"Remover, ex officio, CARLOS EDUARDO DE RIBAS GUEDES, ministro de segunda classe do Quadro Especial da carreira de diplomata do Ministério das Relações Exteriores, da embaixada do Brasil em Bamako para a Secretaria de Estado", diz a publicação.

Ainda não há informações de qual será o novo cargo ocupado pelo agora ex-embaixador. Procurado pelo UOL, o órgão repetiu a nota encaminhada ontem sobre o caso.

"De acordo com o TAC assinado, o servidor será monitorado por dois anos e se compromete a não mais infringir nenhuma lei. Em caso de reincidência, o servidor será objeto de imediato processo administrativo disciplinar que considerará fatos pregressos como agravantes", diz um trecho do texto.

As denúncias

Em documento obtido pela CNN Brasil, os funcionários apontam "atos de caráter escravocrata" como:

  • "Ordenar que dois empregados da residência se ajoelhassem diante dele"
  • "Chamar uma funcionária (mulher casada) de "p*ta" por uma questão de organização da agenda"

Também há relatos que o embaixador teria se recusado a deixar que funcionários da embaixada levassem sua filha e sua esposa ao hospital.

O UOL busca contato com Carlos Eduardo de Ribas Guedes, e mantém o espaço aberto para manifestações.