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Embaixador brasileiro no Mali é acusado de assédio: atos escravocratas

Carlos Eduardo de Ribas Guedes, embaixador brasileiro no Mali - Reprodução/Twitter
Carlos Eduardo de Ribas Guedes, embaixador brasileiro no Mali Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

14/02/2023 14h40Atualizada em 14/02/2023 18h09

Um grupo de 11 funcionários da Embaixada do Brasil no Mali, país do norte da África, acusou o diplomata Carlos Eduardo de Ribas Guedes de promover ações "desumanas" e "degradantes" no ambiente de trabalho.

Em documento obtido pela CNN Brasil, eles apontam "atos de caráter escravocrata" como:

  • "Ordenar que dois empregados da residência se ajoelhassem diante dele"
  • "Chamar uma funcionária (mulher casada) de "p*ta" por uma questão de organização da agenda"

Também há relatos que o embaixador teria se recusado a deixar que funcionários da embaixada levassem sua filha e sua esposa ao hospital.

Os funcionários afirmam que o governo brasileiro sabia da situação e enviou uma "missão de inspeção" a Bamako, capital do Mali. Haveria ainda um procedimento administrativo aberto em novembro de 2022 para tratar da situação.

O Itamaraty informou que o embaixador foi objeto de investigação "no âmbito de processo administrativo disciplinar", que resultou na assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), conforme orientação da CGU (Controladoria-Geral da União).

"A investigação conduzida pelo Itamaraty baseou-se em acusações de assédio moral, conduta incompatível com a moralidade administrativa, inobservância de normas legais e regulamentares e falta de urbanidade na repartição", diz um trecho da nota.

Ainda segundo o ministério, o TAC determina que o servidor será monitorado por dois anos e "se compromete a não mais infringir nenhuma lei". Com isso, em caso de reincidência, "o servidor será objeto de imediato processo administrativo disciplinar que considerará fatos pregressos como agravantes".

O UOL também busca contato com Carlos Eduardo de Ribas Guedes, e mantém o espaço aberto para manifestações.