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Flávio Bolsonaro pede afastamento de novo juiz da Lava Jato: 'Apoia Lula'

O juiz federal Eduardo Appio, que assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato - Divulgação JF-PR
O juiz federal Eduardo Appio, que assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato Imagem: Divulgação JF-PR

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

01/03/2023 17h30Atualizada em 01/03/2023 18h03

O senador pediu ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que afaste Eduardo Fernando Appio das funções na 13ª Vara Federal de Curitiba, em que é relator dos processos da Operação Lava Jato.

Ele cita 'afinidade' com Lula

  • Ele cita que o magistrado teria efetuado doações a Lula (PT) em 2022, no valor de R$ 13. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirma ainda que Appio usou a assinatura eletrônica "LUL22" em sistema processual eletrônico da Justiça Federal.
  • O filho de Jair Bolsonaro (PL) pede ainda a instauração de processo disciplinar. "Para demonstração do alegado, requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos", diz.
  • Ao UOL, o juiz destacou que o petista é inocente das acusações de corrupção que o levaram à prisão. Ele cita o entendimento adotado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que anulou as condenações e considerou Sergio Moro parcial em seu julgamento.
  • A representação ocorre depois de o órgão afastar o juiz Marcelo Bretas. Responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, ele é investigado por supostas irregularidades na condução dos processos.

Em consonância com os precedentes e o entendimento proferido em diversas oportunidades pelo CNJ, que considerada as peculiaridades de cada situação que lhe é submetida, bem como aliado à gravidade dos fatos narrados que evidenciam simpatia/afinidade ideológica pelas lideranças e políticos vinculados ao PT e potencial parcialidade do magistrado, sobretudo porque ele foi designado como juiz titular da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba
Flávio Bolsonaro ao CNJ

O UOL procurou Eduardo Fernando Appio para comentar o assunto e aguarda retorno.

Appio assumiu no início de fevereiro a titularidade da Lava Jato. Ele está na vaga deixada por Luiz Antônio Bonat, que em junho do ano passado foi eleito desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Ele foi promotor de Justiça no Paraná antes de ingressar na magistratura. Ele é pós-doutor em Direito Constitucional pela Universidade Federal do Paraná.

Novo juiz cutucou Moro

  • No UOL Entrevista, Eduardo Appio alfinetou Sergio Moro, o então procurador Deltan Dallagnol e os demais procuradores da operação pelo vazamento das conversas entre eles na série de reportagens conhecida como "Vaza Jato".
  • Para o magistrado, os diálogos entre Moro e os procuradores, além da ida do ex-juiz para o governo Jair Bolsonaro (PL), logo após o resultado das eleições, "erodiram a credibilidade" da Força Tarefa.
  • "Sobre o rumo que a Força Tarefa vai adotar, não sei, porque não conversei ainda com os procuradores, a não ser durante as audiências, e não tenho o hábito de conversar secretamente por Telegram, WhatsApp, esse tipo de coisa", iniciou.

A Força Tarefa foi remodelada pelo procurador-geral Augusto Aras, que ao meu ver foi criticado de forma injusta, porque vieram à luz aqueles diálogos da Vazajato. É inegável que aqueles diálogos contaminaram a credibilidade [da operação]. A questão tanto da Vazajato quanto o atual senador assumir o posto de ministro do governo Bolsonaro, praticamente no dia seguinte da eleição, são fatos que erodiram a credibilidade como um todo.