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Covid-19: prefeitura de GO pagou R$ 450 mil por vídeos plagiados, diz PF

A PF realizou operação para averiguar supostas irregularidades na prefeitura de Luziânia na gestão da pandemia de covid-19 em 2020 - Divulgação
A PF realizou operação para averiguar supostas irregularidades na prefeitura de Luziânia na gestão da pandemia de covid-19 em 2020 Imagem: Divulgação

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/04/2023 15h12

A Polícia Federal deflagrou hoje a Operação Últimos Atos para apurar o suposto desvio de recursos repassados pela União ao município de Luziânia (GO), que deveriam ter sido utilizados em ações de combate e prevenção à covid-19 durante a pandemia.

O que aconteceu:

A PF cumpriu nove mandados de busca e apreensão nas cidades de Luziânia e em Goiânia para apurar desvios de dinheiro público na compra de testes e também na produção de vídeos com conteúdo educativo sobre a doença. As medidas foram autorizadas pela 11ª Vara Federal Criminal da SJGO (Seção Judiciária de Goiás).
O UOL apurou que os agentes realizaram buscas contra o ex-prefeito de Luziânia e hoje deputado estadual Cristóvão Vaz Tormin (Patriota).
Conforme a PF, há suspeitas de que ocorreram fraudes em pelo menos dois contratos celebrados pelo Fundo Municipal de Saúde: um deles para a aquisição de 15 mil testes de covid e outro que possuía por objeto a produção de vídeos institucionais relacionados às ações de combate ao coronavírus.

Os investigadores apontam que houve um superfaturamento de 64% no contrato firmado entre a prefeitura e uma empresa de Goiânia na compra dos testes. O município teria efetuado o pagamento de R$ 1.950.000,00, mas foram entregues apenas 3.850 testes — por essa quantidade de testes, a prefeitura deveria ter pagado apenas pouco mais de R$ 500 mil, um valor bem inferior ao que foi acertado.

A PF também alega que a prefeitura pagou R$ 450 mil por sete vídeos plagiados a partir de propagandas feitas por outros estados com conteúdo informativo sobre a pandemia. A empresa teria feito "montagens" ou simplesmente plagiado campanhas de outros entes federativos. Para tentar passar um verniz de autenticidade, ela colocou slogans prefeitura de Luziânia.

Para a PF, os dois contratos resultaram no desvio de cerca de R$ 1,6 milhão de recursos da União ao município. Há suspeitas de que parte desse montante teria sido usado em favor de agentes públicos, à época, ligados à gestão do então prefeito Cristóvão Vaz Tormin.

Segundo as autoridades, as condutas ilegais foram feitas "no apagar das luzes" da gestão de Vaz Tormin. No ano passado, o ex-prefeito conseguiu se eleger deputado estadual.

O UOL procurou Cristóvão Vaz Tormin por meio de mensagem no WhatsApp e a prefeitura de Luziânia por e-mail, mas não obteve retorno. Se tiver, essa matéria será atualizada.