Presidente do PSOL de MG é imobilizado e retirado à força da Câmara de BH

O presidente do PSOL de Minas Gerais, Cacau Pereira, foi retirado à força da Câmara Municipal de Belo Horizonte hoje por seguranças.

O que aconteceu:

Pereira tentava "impedir a retirada violenta de uma professora negra que acompanhava a votação de um projeto de lei que ataca os direitos das pessoas LGBTQIA+" na Câmara, segundo o partido.

"Tomei um mata-leão", disse Cacau à rádio Itatiaia. O político afirmou que os seguranças agiram de maneira "completamente desproporcional" ao fazer a retirada à força dele e de outro militante do PSOL do ambiente da Câmara.

O dirigente do PSOL disse ainda estar com um inchaço no braço e que registrará um Boletim de Ocorrência.

Na sessão, foi aprovado, em segundo turno, o projeto de lei que proíbe o uso de linguagem neutra nas escolas de Belo Horizonte.

O texto é de autoria do ex-vereador e atual deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). A votação ocorreu em audiência pública extraordinária e teve 31 votos a favor do projeto, seis contra e uma abstenção.

Ao UOL, o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, disse que Cacau foi vítima de uma "repressão violenta", além de ter sido "agredido de modo gratuito numa atitude autoritária por parte das forças de segurança". Medeiros também destacou que o partido espera "a punição dos responsáveis e uma retratação oficial por parte da Câmara Municipal de Belo Horizonte".

A reportagem entrou em contato com a assessoria da Câmara Municipal de Belo Horizonte para pedir um posicionamento sobre o ocorrido, mas não obteve retorno. Se tiver, essa matéria será atualizada.

Vereador acusa mulher de racismo

Na mesma sessão, uma mulher de 62 anos, cuja identidade não foi revelada, foi conduzida à delegacia por suspeita de racismo contra o vereador Marcos Crispim (PP-MG), que votou a favor do projeto.

Crispim alega que, após sua fala, a mulher, que é mãe de uma pessoa trans, teria esfregado a mão na pele em um gesto supostamente racista. Após questionar a atitude da suspeita, ela teria repetido o gesto.

Depois do ocorrido, a mulher foi expulsa da galeria do Plenário da Câmara e conduzida à delegacia. Entretanto, a Polícia Civil informou que as imagens não dão "indícios suficientes que confirmem a prática do crime de injúria racial em desfavor do vereador", e ela foi liberada.

A reportagem questionou ao PSOL se a mulher em questão seria a mesma professora que Cacau Pereira diz ter tentado defender, mas o partido disse que não tem essa informação.