Lula cita Chico Buarque e condena guerra na Ucrânia: 'Todos somos afetados'
O presidente Lula (PT) citou o cantor Chico Buarque em discurso na Assembleia da República Portuguesa nesta terça-feira (25), quando é celebrado os 49 anos da Revolução dos Cravos, que marcou o fim da ditadura no país europeu, e também condenou a guerra na Ucrânia ao afirmar que "todos somos afetados" pelo conflito.
O que o presidente falou:
Lula citou trecho da canção "Tanto Mar", de Chico Buarque, para celebrar o fim da ditadura portuguesa, e destacou que a música também "embalou" a luta dos brasileiros no combate ao autoritarismo — Buarque foi homenageado ontem em Portugal com o Prêmio Camões entregue pelo petista.
Petista fez discurso duro contra pensamentos autoritários e destacou que recentemente, no Brasil, "saudosos do autoritarismo tentaram atrasar o relógio em 50 anos e reverter as liberdades conquistadas desde a transição democrática", mas ressaltou que as instituições democráticas brasileiras "demonstraram sua solidez e resiliência".
Lula condenou a invasão da Ucrânia pelas tropas russas em fevereiro de 2022, afirmou que "todos somos afetados de alguma forma, pelas consequências da guerra" e frisou a necessidade de paz por meio da diplomacia. "O Brasil compreende a apreensão causada pelo retorno da guerra à Europa. Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia. Acreditamos em uma ordem internacional fundada no respeito ao Direito Internacional e na preservação das soberanias nacionais", declarou.
Lula ressaltou que "é preciso admitir que a guerra não poderá seguir indefinidamente", pois "a cada dia que os combates prosseguem, aumenta o sofrimento humano, a perda de vidas, a destruição de lares".
O petista também afirmou que buscar soluções militares para os problemas atuais é "lutar contra os ventos da História" porque "nenhuma solução de qualquer conflito, nacional ou internacional, será duradoura se não for baseada no diálogo e na negociação política".
Protestos em Portugal
No começo da sessão solene, Lula foi alvo de protestos por deputados da extrema-direita portuguesa que ergueram cartazes com a bandeira da Ucrânia e frases como "chega de corrupção". O presidente do parlamento, Santos Silva, do Partido Socialistas, repudiou a postura dos colegas e cobrou respeito ao presidente brasileiro.
Lula viajou para Portugal a convite do presidente Marcelo Rebelo de Sousa para participar das cerimônias que celebram o fim da ditadura salazarista com a Revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1974, que marcou a retomada democrática no país. De Portugal, o chefe de Estado brasileiro viaja hoje para a Espanha, onde deve se reunir com políticos e empresários.
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