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Google diz ao STF que pagou R$ 2,1 mi em anúncios contra PL das Fake News

Google publicou anúncios contra PL das fake news por 5 dias, diz documento enviado ao STF -  Alexander Koerner/Getty Images
Google publicou anúncios contra PL das fake news por 5 dias, diz documento enviado ao STF Imagem: Alexander Koerner/Getty Images

Do UOL, em Brasília e São Paulo

31/05/2023 19h46Atualizada em 31/05/2023 20h03

Em documento enviado ao ministro do STF Alexandre de Moraes, o Google reconheceu ter gasto R$ 2,1 milhões em anúncios contra o PL das Fake News. A campanha, segundo a empresa, durou uma semana, entre o final de abril e o início de maio.

O que aconteceu

O Google publicou anúncios contra a proposta em plataformas digitais, rádios, sites de notícia, jornais impressos e painéis de rua (mídia OOH). Segundo a empresa, as propagandas foram veiculadas de 27 de abril a 2 de maio deste ano.

A empresa informou os valores no dia 4 de maio no chamado inquérito das fake news, conduzido por Moraes. Uma semana depois, a pedido da PGR, o ministro abriu uma investigação específica sobre a campanha das plataformas contra o projeto de lei.

O maior investimento do Google, de acordo a empresa, foi na Meta, controladora do Facebook, que recebeu R$ 639,2 mil. Um dos anúncios na rede social afirmada que o PL das Fake News iria "aumentar a confusão entre o que é verdade e mentira no Brasil".

O Google afirmou ao Supremo Tribunal Federal que suspendeu os anúncios em 2 de maio, antes de ser notificado pela Corte. A empresa enfatizou, no entanto, que não vê nenhuma ilegalidade na veiculação das propagandas.

Não há fundamento legal ou constitucional para proibir a compra e uso de anúncios para a divulgação de conteúdos lícitos relacionados a tema de interesse geral, sejam de elogio ou crítica".
Documento do Google enviado ao STF

Veja a lista de veículos que receberam do Google, segundo a empresa

Meta/Facebook (online): R$ 639.286,75

Folha de S.Paulo (jornal impresso): R$ 634.023,94

Correio Braziliense (jornal impresso): R$ 416.632,32

Spotify (online): R$ 198.234,02

CBN (rádio): R$ 56.544,38

DV360 (plataforma de marketing do Google): R$ 54.844,40

Revista Veja (online): R$ 54.600,00

Poder 360 (online): R$ 34.167,43

Antena 1 (rádio): R$ 23.321,60

JB FM (rádio): R$ 19.264,00

Bandnews (rádio): R$ 13.589,12

Google Search (online): R$ 4.009,85

Nova Brasil (rádio): R$ 3.356,16

WEEOH (mídia out-of-home): R$ 3.080,00

JCDECAUX e NEEOH (mídia out-of-home): aparecem na lista do Google enviada ao STF, mas com "valor investido" de R$ 0.

Projeto voltou a ficar parado no Congresso

O Google fez a ofensiva contra o PL das Fake News na véspera da votação da proposta da Câmara, marcada para 2 de maio. Mas o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), adiou a votação por tempo indeterminado.

Lira adiou a votação a pedido do relator do texto, Orlando Silva (PCdoB-SP), após o governo não ter conseguido reunir votos suficientes. O texto enfrenta resistência da oposição e de algumas bancadas em especial, como a evangélica.

A proposta obriga as plataformas a adotarem uma série de medidas para controlar a circulação de informações falsas e discursos de ódio. A oposição critica, entre outros pontos, a previsão de criação de uma agência reguladora sobre o tema.

Um dos pontos da proposta, que prevê que as plataformas remunerem veículos jornalísticos pelo conteúdo distribuído, também estava no projeto original. A tendência, no entanto, é que essa discussão seja votada em separado.