Em meio a investigações, Zema concede título de cidadão mineiro a Bolsonaro
Do UOL, em São Paulo
23/08/2023 20h03Atualizada em 23/08/2023 20h48
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) receberá o título de cidadão mineiro na próxima semana. A honraria foi concedida ao político pelo governador do estado, Romeu Zema (Novo), em 2019, mas só agora a data foi definida.
O que aconteceu:
O requerimento, apresentado pelo deputado estadual Coronel Sandro (PL), foi assinado por mais de 25 parlamentares.
No Instagram, o Coronel Sandro disse que Bolsonaro "sofreu uma tentativa de assassinato" em Juiz de Fora, em 2018, e relembrou que o ex-chefe do Executivo afirmava que "renasceu" no estado.
"Então, se ele admite que renasceu em Minas Gerais, agora, Minas Gerais, através de seus representantes, vão formalizar esse nascimento, dando a ele a certidão de nascimento, que é o título de Cidadania de Minas Gerais."
O deputado estadual afirmou que a honraria será concedida em reunião especial na próxima segunda-feira (28), às 17h, no plenário da Assembleia. O depoimento do político à Polícia Federal sobre as investigações do caso das joias está previsto para três dias após a cerimônia, em 31 de agosto.
Zema comparecerá ao evento, de acordo com o parlamentar.
Em vídeo divulgado nas redes, o Coronel Sandro chega a se referir a Bolsonaro como "presidente" e rasga elogios ao ex-mandatário.
Minas agradece e celebra o grande líder que é nosso ex-presidente e todas as conquistas que ele trouxe para os mineiros. A gente fica feliz porque o presidente merece. É um dos mais carismáticos líderes e ex-presidentes que o país já teve. Eu acho que Minas Gerais está e vai ficar ainda mais em festa no dia 28.
Coronel Sandro, deputado estadual de Minas
Cidadão Goiano
Na última sexta-feira (18), Bolsonaro discursou ao receber o título de cidadania goiana e falou que o país vive "momentos difíceis".
"Não existe terra igual à nossa. Sei dos riscos que corro em solo brasileiro, mas não podemos ceder", falou, após citar os três meses que passou nos Estados Unidos no começo deste ano.
O ex-presidente também pediu que os parlamentares votem contra o PL das Fake News, que teve a apreciação adiada essa semana, alegando que a matéria traria "censura" ao país.
Bolsonaro não fez menção ao caso das joias. Investigação da Polícia Federal aponta que ajudantes do então presidente revendiam joias e bens que eram presenteados a ele. O dinheiro vivo era repassado para Bolsonaro, ou seja, um presente para a União viraria lucro pessoal.