Madeleine: Bolsonaro cede extratos para usar discurso da 'ditadura da toga'
Colaboração para o UOL, em São Paulo
25/08/2023 13h19
A comentarista do UOL News Madeleine Lacsko disse no programa que a entrega dos extratos bancários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao STF (Supremo Tribunal Federal) é "estratégia de defesa" e "narrativa" para os seguidores dele.
A decisão de enviar voluntariamente os extratos ocorre uma semana depois da quebra de seu sigilo bancário autorizada pelo STF na investigação sobre o recebimento e venda de joias.
Como estratégia de defesa, a linha que ele terá que seguir agora vai ser essa de que não tinha nada de errado em vender as joias, não tem mais como seguir a linha de que ele não sabia e não tinha nada a ver. Essa aí acabou, já tem o batom na cueca.
O que ele faz entregando esses extratos? 'Olha, estou de boa, à vontade, vamos com calma'. É um movimento natural de todo advogado de defesa.
Para a militância dele, o que ele vai falar? 'Olha lá, ditadura da toga, perseguição. Dei o extrato e mesmo assim quiseram quebrar o meu sigilo'.
Governo Lula precisa resolver se fica com militares ou PF, analisa Kotscho
O comentarista do UOL News Ricardo Kotscho analisou a notícia de que o tenente-coronel André Luis Cruz Correia, que fazia a segurança do presidente Lula (PT), participava de um grupo de WhatsApp que defendia um golpe de Estado.
Para ele, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e a GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República) devem examinar os nomes que vão fazer a segurança do presidente da República.
Está virando novela neste governo: se a segurança presidencial deve ser civil ou militar, se deve ficar com a Polícia Federal ou Exército, Aeronáutica ou Marinha.
Lula, com aquele jeitão dele de sempre, resolveu empurrar com a barriga e dividir ao meio. A segurança é meio militar e meio civil.
Todo mundo que está lá, foi levado pelo Augusto Heleno, que estava sempre junto com Bolsonaro. Foi ele que contratou e muita gente da equipe dele continua lá. Isso tinha que ser resolvido de uma vez por todas: ou fica com os militares, democráticos e que não sejam golpistas, ou fica com a Polícia Federal.
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