Governo brasileiro recebe imagens da suposta agressão a Moraes em Roma
Do UOL, em São Paulo
04/09/2023 14h47Atualizada em 04/09/2023 20h15
O MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) recebeu nesta segunda (4) as imagens da suposta agressão ocorrida em julho contra o ministro do STF Alexandre de Moraes na Itália.
O que aconteceu:
As imagens foram entregues ao Ministério da Justiça hoje. A informação sobre a entrega foi divulgada pelo jornal O Estadp de S.Paulo e confirmada pelo UOL.
O conteúdo da gravação será remetido à Polícia Federal ainda hoje, de acordo com a pasta. É esperado que os investigadores usem as imagens para confrontar as versões dos suspeitos com a de Moraes e sua família, vítimas das agressões.
A defesa da família suspeita de atacar o ministro disse ser "muito importante a chegada das imagens": "Essa prova evidenciará o que de fato ocorreu no Aeroporto da Itália", disse o advogado Ralph Tortima Stettinger.
Veja nota do ministério da Justiça
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), responsável pelos pedidos de cooperação jurídica internacional, informa que recebeu na manhã de hoje (4) as imagens do circuito de segurança do aeroporto de Roma, que registraram a agressão à família do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Os arquivos serão enviados ainda nesta tarde à Polícia Federal.
Ministério da Justiça e Segurança Pública
Demora no envio das imagens
Moraes teria sido hostilizado por brasileiros no aeroporto de Fiumicino em 14 de julho, quando voltava de uma viagem à Itália. Em depoimento à PF, o ministro disse que foi agredido verbalmente e que seu filho levou um tapa no rosto.
O empresário Roberto Mantovani Filho e sua esposa, Andreia Munarão Mantovani, e Alex Zanatta Bignotto são investigados pelo episódio. Os suspeitos, no entanto, negam agressões físicas ou verbais.
A remessa dos arquivos pela Itália foi feita de forma física na semana passada. O secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, disse que a demora era "absolutamente normal".
Conflito de versões
As versões de Moraes, já feitas à PF, e dos suspeitos são divergentes. Estes negam a agressão à Moraes. O ministro foi chamado de "bandido, comunista e comprado", conforme a investigação da PF. As palavras teriam vindo de Andréia Mantovani, mulher de Mantovani.
Segundo o advogado da família Mantovani, teria sido o filho de Moraes que iniciou agressões verbais contra a esposa de Roberto, Andreia Munarão. Na sequência, Roberto, para defender a esposa, teria "afastado o rapaz com os braços". Ele deu detalhes da versão dos acusados em entrevista ao UOL.
Já Moraes alegou em depoimento à PF que recebeu dois ataques verbais no aeroporto de Roma de Roberto Mantovani e Andréia Munarão. As ofensas seriam acusações de que Moraes havia "fraudado as urnas e roubado as eleições". A família defende que as imagens mostrarão os ataques.
Os suspeitos respondem ao processo em liberdade. Durante as investigações, houve um mandado de busca e apreensão em dois endereços em Santa Bárbara d'Oeste (SP). Na ocasião, foram apreendidos um computador e um celular.