Conteúdo publicado há 9 meses

Itália envia imagens de supostas agressões a Moraes em Roma, diz secretário

A Itália autorizou o envio das imagens do circuito interno do aeroporto de Roma que registraram as supostas agressões ao ministro Alexandre de Moraes. A informação foi confirmada ao UOL pelo secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho.

O que aconteceu

A remessa dos arquivos foi feita de forma física. Segundo Botelho, responsável pelos acordos de cooperação internacional do governo para assuntos jurídicos, as imagens devem chegar "a qualquer momento" e que a demora é "absolutamente normal". "Há uma série de protocolos e requisitos que, cada acordo que o Brasil tem com determinado país, tem que ser seguido. Esses acordos preveem, por exemplo, a tradução juramentada de decisões judiciais, o preenchimento de formulários A, B ou C, dependendo do país, o envio para autoridade central A, B ou C, dependendo do país", disse ele.

A cooperação jurídica internacional, seja em matéria penal, seja em matéria cível, é historicamente lenta. É lenta tanto quanto o pedido é ativo, quanto o pedido é passivo, quando há um pedido de outra autoridade central aqui para o país. Nós também, aqui no Brasil, analisamos com muita calma, vemos com base no acordo com esse país, se esse pedido tem fundamento jurídico.
Secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho

Moraes foi hostilizado por brasileiros no aeroporto de Fiumicino em 14 de julho, quando voltava de uma viagem à Itália. Em depoimento à PF, o ministro disse que foi agredido verbalmente e que seu filho levou um tapa no rosto.

O empresário Roberto Mantovani Filho e sua esposa, Andreia Munarão Mantovani, e Alex Zanatta Bignotto são investigados pelo episódio. Os suspeitos, no entanto, negam agressões físicas ou verbais.

Nesta quinta-feira (31), o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que os vídeos seriam recebidos até hoje.

Conflito de versões

As versões de Moraes, já feitas à PF, e dos acusados são divergentes. Estes negam a agressão a Moraes. O ministro foi chamado de "bandido, comunista e comprado", conforme a investigação da PF. As palavras teriam vindo de Andréia Mantovani, mulher de Mantovani.

Segundo o advogado da família Mantovani Filho, foi o filho de Moraes que iniciou agressões verbais contra a esposa de Roberto, Andreia Munarão. Na sequência, Roberto, para defender a esposa, "afasta o rapaz com os braços". Ele deu detalhes da versão dos acusados em entrevista ao UOL.

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Já Moraes alegou em depoimento à PF que recebeu dois ataques verbais no aeroporto de Roma de Roberto Mantovani e Andréia Munarão. As ofensas seriam acusações de que Moraes havia "fraudado as urnas e roubado as eleições". A família defende que as imagens mostrarão os ataques.

Os acusados respondem ao processo em liberdade. Durante as investigações, houve um mandado de busca e apreensão em dois endereços dos acusados em Santa Bárbara d'Oeste (SP). Na ocasião, foram apreendidos um computador e um celular.

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