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Delação de Mauro Cid: O que a PF quer saber do ex-ajudante de Bolsonaro

O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, depõe na CPI do 8 de Janeiro Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em Brasília

12/09/2023 04h00Atualizada em 12/09/2023 07h08

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. As informações dele devem alimentar ao menos quatro investigações do órgão sobre crimes no governo de Jair Bolsonaro (PL).

O que aconteceu?

Mauro Cid teve liberdade provisória concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que também confirmou seu acordo de delação premiada.

O ministro determinou que Cid terá que cumprir uma série de medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica e o afastamento de suas funções no Exército.

Ele também ordenou o cancelamento de passaporte, a suspensão de porte de arma de fogo e a proibição do uso de redes sociais. Mas o salário, de R$ 27 mil, foi mantido.

O que investigadores querem saber?

O depoimento de Cid será uma peça importante para ajudar a PF a confirmar as funções e ações individuais dos suspeitos em cada investigação. Ainda não se sabe qual tema será o foco principal da delação de Cid.

Ele pode, inclusive, explicar se houve uma ordem direta para o cometimento de crime.

Além disso, o ex-ajudante de ordens pode colaborar com novos nomes de envolvidos.

Bolsonaro nega participação em qualquer crime. Sua defesa já disse, inclusive, que vai contestar a delação sem o aval do Ministério Público.

Por que a delação de Cid é importante?

Cid era o braço direito de Bolsonaro e estava todos os dias com o ex-presidente no Planalto durante os quatro anos de mandato.

Ele supostamente participou ou ao menos presenciou possíveis crimes investigados pela PF. São eles:

  1. Falsificação da carteira de vacina: Caso que colocou Cid na prisão. Ele, Bolsonaro e outros intelocutores foram alvos da Polícia Federal por suspeita de inserir dados falsificados de vacinação contra a covid-19 em documentos. Isso teria sido feito para que o ex-presidente e sua família pudessem entrar nos Estados Unidos.
  2. Pagamentos para Michelle: Cid é investigado por ter feito pagamentos suspeitos em nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em dinheiro vivo. A PF interceptou diálogos do ex-ajudante de ordens com assessoras do governo, conforme revelou o UOL.
  3. Golpe de Estado: Cid é suspeito de ter testemunhado reuniões e ter tido acesso a informações sobre uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder mesmo após perder as eleições. Há investigações que indicam ações para um possível golpe, como as blitze da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em redutos eleitorais de Lula e a denúncia de tentativa de gravar o ministro Alexandre de Moraes, revelada pelo senador Marcos do Val (Podemos).
  4. Escândalo das joias: O ex-ajudante de ordens atuou diretamente no escândalo que envolve mais diretamente Bolsonaro. Cid ajudou na tentativa de entrar e sair com as joias do país. Também é apurada a venda de presentes recebidas pelo ex-presidente.

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