CPI do 8/1: assessor de Bolsonaro falta a depoimento após decisão do STF
Pela segunda semana seguida, o STF (Supremo Tribunal Federal) desobrigou uma testemunha de ir depor na CPI do 8 de Janeiro. Por isso faltou Osmar Crivelatti, integrante da equipe de apoio de Jair Bolsonaro (PL) e funcionário que assinou a retirada de um Rolex do acervo de presentes oficiais da Presidência em junho do ano passado.
O que aconteceu
As duas permissões de faltar à CPI livraram os depoentes de responder a questões desfavoráveis das investigações. As autorizações para faltar foram concedidas por ministros indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao STF.
O ministro André Mendonça atendeu a pedido do advogado de Crivelatti de habeas corpus. Na semana passada, durante o julgamento de réus do 8 de janeiro, ele minimizou a depredação às sedes dos três Poderes.
Na terça da semana passada, o ministro Kassio Nunes Marques isentou a ex-diretora do Ministério da Justiça Marília Alencar de prestar depoimento. Ela é apontada como autora do mapa usado para montar blitze que dificultaram a chegada de eleitores de Lula aos locais de votação.
O presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), classificou a decisão como "absurda".
Maia acrescentou que, se fosse levado ao colegiado, o habeas corpus seria derrubado.
Ele disse que vai conversar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para avaliar acionar a Justiça contra este tipo de decisão.
Houve um pedido de audiência com a presidente do STF, Rosa Weber. Apesar da afronta ao Congresso, não houve união por parte dos parlamentares. Os discursos se mantiveram polarizados como sempre entre governistas e bolsonaristas.
Na próxima quinta-feira, a CPI vai ouvir Wellington Macedo de Souza, preso por colocar uma bomba num caminhão perto do aeroporto de Brasília. "Se não houver um habeas corpus", ironizou Maia.