Acusados de matar prefeito em SP são condenados a mais de 30 anos de prisão
Colaboração para o UOL, em São Paulo
19/10/2023 18h45
O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou, nesta quarta-feira (18), os dois réus acusados de assassinar o prefeito de Ribeirão Bonito, Chiquinho Campaner, em crime ocorrido no dia 26 de dezembro de 2019.
O que aconteceu:
O empresário Manuel Bento Ribeiro Santana da Cruz e o vigilante Cícero Alves Peixoto foram condenados a 30 anos e oito meses de prisão cada. Os réus não poderão recorrer da decisão em liberdade e devem permanecer na cadeia, conforme a decisão do juiz Victor Trevisan Cove.
Durante o julgamento, o chefe de Gabinete Edmo Marchetti, que estava com Chiquinho no carro no dia do assassinato, disse que um homem encapuzado se aproximou do prefeito em uma curva, pediu a carteira dele e, em seguida, disparou vários tiros.
Os setes jurados consideraram os acusados culpados. "Reconheceu o Colendo Conselho de Sentença que os réus praticaram três crimes de homicídios qualificados pelo motivo torpe/promessa de recompensa e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima, além da qualificadora consistente em assegurar a impunidade de outro crime, um na forma consumada e outros dois na forma tentada", afirmou o juiz na sentença.
Em relação à dosimentria da pena, o magistrado frisou que "a culpabilidade é agravada em razão de os réus terem, por várias vezes, tentado encontrar e matar o prefeito em outras oportunidades, somente não consumando por circunstâncias fáticas alheias à vontade dos agentes".
O UOL não conseguiu contato com as defesas dos condenados. O espaço segue aberto para manifestação.
O crime
Chiquinho Campaner foi morto a tiros, aos 57 anos, em dezembro de 2019. Na ocasião, ele estava acompanhado por outras duas pessoas — uma delas ficou ferida, mas sobreviveu.
O crime foi cometido em uma estrada na zona rural, na entrada de Ribeirão Bonito. O prefeito morreu no local.
Posteriormente, Cícero Alves Peixoto foi preso e apontado como o homem que atirou contra o prefeito. Ele confessou o crime e apontou o empresário Manuel Bento Ribeiro Santana da Cruz como mandante.
A motivação para o crime seria o fato de o empresário ter ficado insatisfeito com o cancelamento de um contrato verbal de transporte escolar do município e o não pagamento de serviços prestados pela empresa do réu à prefeitura.