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'Dissimulado': Boulos e Nunes trocam farpas sobre CPI que mira padre Júlio

Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) Imagem: Bruno Escolastico/PhotoPress/Estadão Conteúdo e Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

05/01/2024 18h00Atualizada em 05/01/2024 21h15

Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Ricardo Nunes (MDB-SP) trocaram acusações sobre a proposta da CPI das ONGs que mira o padre Júlio Lancelotti.

O que aconteceu

Boulos afirmou que Nunes é "cara de pau". Em postagem no X (antigo Twitter), o deputado afirmou que Nunes quer que a Câmara investigue "um padre que dedica sua vida a alimentar os mais pobres", o que seria uma "cortiça de fumaça" para "indícios de corrupção" do governo do atual prefeito de São Paulo.

"Política de Nunes deve ser investigada", diz Boulos. Em outra publicação, o deputado e pré-candidato a prefeitura de São Paulo escreveu que "a política de Ricardo Nunes para as pessoas em situação de rua é que deve ser investigada!", e não o Padre Júlio Lancelotti.

Prefeito de São Paulo responde que Boulos é "dissimulado" e "irresponsável". Ao UOL, Ricardo Nunes respondeu o tweet de Guilherme Boulos, dizendo que o deputado "defende o ditador da Nicarágua, que manda prender padres e incendiar igrejas" e que "quer agora usar a figura de um padre para me atacar e se promover politicamente".

Boulos rebateu declaração de Nunes. "O prefeito só demonstra seu desespero. Ao comentar a declaração de Ricardo Nunes, o pré-candidato à prefeitura de São Paulo diz que o Organizou uma ofensiva contra o Padre Júlio Lancellotti e, diante da repercussão negativa, tenta me atacar com fake news para encobrir a realidade. É lamentável", completou.

CPI contra padre foi proposta, mas perdeu força

A comissão foi proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil). Um dos idealizadores do MBL (Movimento Brasil Livre), ele diz que o objetivo da CPI é investigar o trabalho de ONGs que atuam na região central de São Paulo, em especial a cracolândia. O vereador tem criticado nas redes sociais a atuação de padre Julio com as pessoas em situação de rua e dependentes químicos.

Vereador atribui expansão da cracolândia à ação de ONGs. Segundo ele, a atuação dos grupos é alvo de queixa dos moradores do Centro há tempos. Ele disse que a distribuição de cachimbos e outras ações de redução de danos são "estúpidas", porque fornecem itens que são trocados por drogas pelos dependentes químicos.

Para CPIs serem instaladas na Câmara Municipal da capital paulista, são necessárias 19 assinaturas. No requerimento apresentado à Mesa Diretora por Rubinho Nunes, há assinaturas de 22 parlamentares.

Mas até agora ao menos quatro já retiraram a assinatura: Thammy Miranda (PL), Xexéu Tripoli (PSDB), Sidney Cruz (Solidariedade) e Sandra Tadeu (União).

Leia as mensagens na íntegra

Um político irresponsável, um dissimulado, que defende o ditador da Nicarágua, que manda prender padres e incendiar igrejas, que enxerga no terrorismo do Hamas um exemplo de movimento político, que é um agitador que defende o aborto, quer agora usar a figura de um padre para me atacar e se promover politicamente.
Para que fique claro: eu sou cristão, praticante, frequento a missa! Por isso, falei com o Padre e conversei com outros integrantes da Igreja Católica para deixar claro meu respeito pela fé cristã.

Ricardo Nunes, em nota ao UOL

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