Conteúdo publicado há 11 meses

CPI que mira padre Júlio Lancellotti perde apoio; veja quem assinou

O requerimento do vereador por São Paulo Rubinho Nunes (União) para criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e investigar ONGs que atuam na Cracolândia perdeu o apoio de ao menos quatro vereadores.

O que aconteceu

A CPI vem sofrendo críticas desde que Nunes disse em suas redes sociais que pretende convocar o padre Júlio Lancellotti, que tem longa atuação social na Cracolândia, para "prestar esclarecimentos".

No início de dezembro passado, Nunes protocolou um requerimento de instalação de CPI para "investigar as ONGs que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a região da Cracolândia".

Para CPIs serem instaladas na Câmara Municipal da capital paulista, são necessárias 19 assinaturas. No requerimento apresentado à Mesa Diretora, a equipe de Rubinho Nunes disse que recolheu a assinatura de 22 parlamentares.

Mas até agora ao menos quatro já retiraram a assinatura: Thammy Miranda (PL), Xexéu Tripoli (PSDB), Sidney Cruz (Solidariedade) e Sandra Tadeu (União).

Apesar da perda de apoio, o gabinete de Nunes diz que ainda possui assinaturas suficientes para criação da CPI, mas uma lista com todos os nomes não foi apresentada.

Veja quem assinou o requerimento original de instalação da CPI:

  • Rubinho Nunes (União);
  • Xexéu Tripoli (PSDB) (retirou o apoio);
  • Fernando Holiday (PL);
  • Major Palumbo (PP);
  • Beto do Social (PSDB);
  • Sansão Pereira (Republicanos);
  • Adilson Amadeu (União);
  • Isac Félix (PL);
  • Fábio Riva (PSDB);
  • Thammy Miranda (PL) (retirou o apoio);
  • João Jorge (PSDB);
  • Jorge Wilson (Republicanos);
  • Sandra Tadeu (União) (retirou o apoio);
  • Gilson Barreto (PSDB);
  • Nunes Peixeiro (MDB);
  • Rute Costa (PSDB);
  • Sidney Cruz (Solidariedade) (retirou o apoio);
  • Rodrigo Goulart (PSD);
  • Milton Ferreira (Podemos)
  • Três assinaturas não foram identificadas.

Requerimento não tem nome do padre e só fala em ONGs

O requerimento de Nunes para instalação da CPI não cita o nome do padre Júlio Lancellotti. Diz apenas que pretende investigar "algumas das ONGs" que atuam na região porque elas "recebem financiamento público para realizar suas atividades".

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Nenhuma ONG é citada e nenhum "financiamento público" é detalhado, mas Nunes disse ao UOL que as duas principais entidades que atuam na Cracolândia são a Craco Vive e a Bom Parto.

São entidades que trabalham com políticas de redução de danos para usuários de drogas. Fazem, por exemplo, distribuição de seringas descartáveis para evitar o compartilhamento dos objetos e evitar a transmissão de doenças como HIV e hepatite.

Ao explicar a retirada de seu apoio à CPI, o vereador Thammy Miranda disse ao jornal O Globo que foi "vítima de fake news", já que não sabia que o padre Júlio seria objeto da investigação. Thammy chamou o episódio de "manobra política" de Rubinho Nunes.

Em nenhum momento o nome do padre Júlio Lancelloti foi mencionado, direta ou indiretamente, nesse apoiamento à CPI. O que existe é político fazendo politicagem e vocês estão caindo no papo deles. É isso o que eles querem, tirar o foco deles e colocar o foco em quem chama atenção. E aí estão usando a minha imagem para disseminar uma fake news. Em nenhum momento, eu vou permitir que faça um massacre com o padre Júlio Lancellotti.
Vereador Thammy Miranda (PL)

Xexéu Tripoli e Sidney Cruz também disseram não terem sido informados que o padre seria investigado e decidiram retirar o apoio, conforme noticiou o G1.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • O vereador Danilo do Posto disse que não assinou o requerimento de abertura da CPI, diferentemente do que afirmou a primeira versão deste texto. A reportagem foi atualizada.

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