OPINIÃO
Josias: Bolsonaro frequentará palanques em 2024 como indiciado ou réu
Colaboração para o UOL, em São Paulo
05/03/2024 11h48
Considerado como um "cabo eleitoral de luxo" do PL, Jair Bolsonaro deve participar das eleições municipais deste ano na condição de indiciado ou até de réu, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News desta terça (6).
A Polícia Federal opera Bolsonaro com muito método. Podemos dizer que ele frequentará os palanques de 2024 na condição de indiciado ou de réu. Este é o cabo eleitoral do PL de Valdemar Costa Neto e remunerado com verbas do contribuinte brasileiro.
Ninguém tem dúvida de que Paulo Gonet [procurador-geral da República] dará sequência aos indiciamentos da PF e vai transformá-los em denúncia. A PF está preparando três indiciamentos a Bolsonaro e a um sem-número de cúmplices. Josias de Souza, colunista do UOL
A Polícia Federal segue três linhas distintas para indiciar Bolsonaro: adulteração do cartão de vacinação contra covid-19, venda de joias da União no exterior e tentativa de golpe de Estado. Para Josias, o Supremo deve impor penas pesadas ao ex-presidente, sob risco de sair desmoralizado.
Confirmando-se a denúncia, restará ao Supremo duas possibilidades: condenar Bolsonaro ou condenar Bolsonaro. A absolvição ou uma sentença suave, sem cadeia, desmoralizaria o STF, que já impôs aos peixes miúdos do 8/1 sentenças de até 17 anos de cana.
Ninguém concebe algo que não seja uma sentença muito draconiana, sobretudo no caso da tentativa de golpe, que sem dúvida alguma resultará em uma pena de prisão para Bolsonaro e para esses tubarões da cúpula do alto comando do golpe.
A condenação no caso das joias e das vacinas pode até vir antes do final do ano, mas é improvável que venham antes de outubro, que é o mês das eleições [municipais]. Josias de Souza, colunista do UOL
Sakamoto: Fala de Lula ajuda a bombar ato da esquerda contra Bolsonaro
Ao criticar Jair Bolsonaro e dizer que ele "está tentando escapar do risco de ser preso", Lula ajuda a impulsionar o ato convocado por setores de esquerda no fim deste mês, afirmou Leonardo Sakamoto. O colunista conversou com pessoas ligadas ao Palácio do Planalto, que avaliam o ato como uma forma de marcar território para as eleições municipais deste ano.
Essa fala do Lula deve ser entendida dentro de um contexto maior. Falei com pessoas do Planalto sobre o que Lula vai fazer. Ele foi convidado [ao ato] e não sabe se vai. Mas uma coisa é saber se ele participará e outra é ele ajudar a bombar o ato, com a crítica ao 25 de fevereiro [data do ato de Bolsonaro na Paulista] para dar aquele empurrãozinho aos movimentos. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Anistia não se enquadraria no caso de Bolsonaro, diz advogada
A advogada e pesquisadora da USP Amarilis Costa explicou que um eventual pedido de anistia a Jair Bolsonaro e a aliados não se enquadraria devido às fortes evidências de que houve uma tentativa de aplicar um golpe de Estado.
Do ponto de vista da condução jurídica dos fatos que foram desenhados no 8/1, é muito difícil a aplicação de uma anistia. Falamos de atos lesivos à democracia e ao Estado Democrático de Direito. O instrumento da anistia não se enquadraria dentro da estrutura e do que é esperado enquanto ação com lisura e mais lídima do exercício da Justiça pelo Estado. Amarilis Costa, advogada, pesquisadora e doutoranda em Direitos Humanos pela USP
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