69%: evangélicos puxam reprovação de fala de Lula sobre Israel
Do UOL*, em São Paulo
06/03/2024 10h06Atualizada em 06/03/2024 12h20
Pesquisa Quaest sobre a popularidade do presidente Lula aponta que maioria dos entrevistados achou exagerada a fala sobre a guerra entre Israel e o Hamas - citando o Holocausto. Eleitores de Bolsonaro e evangélicos estão entre os maiores opositores ao presidente sobre este assunto.
O que diz a pesquisa sobre a questão Israel x Hamas
60% dos entrevistados consideram que Lula exagerou ao comparar o que acontece em Gaza ao que Hitler fez na Segunda Guerra. Em comparação, 28% acham que Lula não exagerou. O restante (12%) não soube responder.
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Lula comparou a ação israelense em Gaza com a atuação de Hitler contra judeus, durante fala do presidente, em visita à Etiópia, em 18 de fevereiro.
O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus Lula
Desaprovação é maior entre eleitores de Bolsonaro e evangélicos. Entre os que votaram em Bolsonaro em 2022, 85% disseram que Lula exagerou ao citar a morte de judeus, enquanto 9% não viram excessos. Entre os eleitores de Lula, essas porcentagens foram de 43% e 45%, respectivamente. O grupo dos evangélicos (69%) foi o que registrou maior desaprovação às falas do presidente, comparado com outras religiões.
Quem achou razoável a fala do presidente o aprova mais. Entre quem acha que Lula não exagerou, 78% aprovam o trabalho do Lula, enquanto 21% desaprovam. Entre os que acham que exagerou, apenas 38% têm aprovado a gestão do presidente, contra 60% que desaprovam.
O que diz a pesquisa
Aprovação do trabalho de Lula caiu de 54% para 51% em dois meses. Já a desaprovação subiu de 43% para 46% desde dezembro, data do último levantamento da Quaest.
A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. Essa é a sétima rodada desde o início do governo Lula.
Lula tem maior aprovação entre pobres; ricos desaprovam o trabalho do presidente. Entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.824), 61% disseram aprovar o trabalho do governo, enquanto 36% desaprovam. Na outra ponta, 54% dos entrevistados com renda maior que cinco salários mínimos (R$ 7.060) afirmaram desaprovar Lula. Os que aprovam chegaram a 44%.
Avaliação positiva ficou estável, enquanto a negativa subiu. Ao todo, 35% dos entrevistados avaliaram o governo de forma positiva, contra 36% na última pesquisa. Os que consideram a gestão petista negativa saltaram de 29% para 34%, enquanto 28% avaliaram-na como regular — em dezembro, eram 32%.
Para 47% dos entrevistados, governo atual está melhor que o anterior. Na última pesquisa, esse índice também era de 47%. O que consideram o governo Lula pior que o de Jair Bolsonaro (PL) somaram 38% em fevereiro, mesma porcentagem verificada em outubro. Outros 11% avaliam a atual gestão como igual à anterior — há quatro meses, eram 10%.