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Quaest: Aprovação do trabalho de Lula cai, puxada por evangélicos

A aprovação do trabalho de Lula (PT) caiu para 51% em fevereiro, aponta pesquisa da Genial/Quaest. O resultado foi puxado principalmente pela avaliação dos evangélicos, influenciados pelas falas do presidente sobre a guerra entre Israel e Hamas, e as percepções dos eleitores sobre a economia.

O que diz a pesquisa

Aprovação do trabalho de Lula caiu de 54% para 51% em dois meses. Já a desaprovação ao trabalho do presidente subiu de 43% para 46% desde dezembro, data do último levantamento da Quaest.

Margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. Esta é a sétima rodada desde o início do governo Lula.

Lula tem maior aprovação entre pobres; ricos desaprovam o trabalho. Entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.824), 61% disseram aprovar o trabalho do governista, enquanto 36% desaprovam. Na outra ponta, 54% dos entrevistados com renda maior que cinco salários mínimos (R$ 7.060) afirmaram desaprovar Lula. Os que aprovam chegaram a 44%.

Avaliação positiva do governo ficou estável, enquanto a negativa subiu. Ao todo, 35% dos entrevistados avaliaram o governo de forma positiva, contra 36% na última pesquisa. Os que consideram a gestão petista negativa saltaram de 29% para 34%, enquanto 28% avaliaram-na como regular — em dezembro, eram 32%.

Para 47% dos entrevistados, governo atual está melhor que o anterior. Na última pesquisa, esse índice também era de 47%. O que consideram o governo Lula pior que o de Jair Bolsonaro (PL) somaram 38% em fevereiro, mesma porcentagem verificada em outubro. Outros 11% avaliam a atual gestão como igual à anterior — há quatro meses, eram 10%.

Falas sobre Israel

Maioria (60%) acha que Lula exagerou ao falar sobre ações de Israel. Para outros 28%, porém, o presidente não se excedeu ao comparar a ofensiva israelense na Faixa de Gaza com a morte de judeus por Adolf Hitler. As declarações foram feitas em 18 de fevereiro, durante coletiva na Etiópia. "O Brasil condenou o Hamas, mas não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo", afirmou.

Desaprovação é maior entre eleitores de Bolsonaro e evangélicos. Entre os que votaram em Bolsonaro em 2022, 85% disseram que Lula exagerou ao citar a morte de judeus, enquanto 9% não viram excessos. Entre os eleitores de Lula, essas porcentagens foram de 43% e 45%, respectivamente. O grupo dos evangélicos (69%) foi o que registrou maior desaprovação às falas do presidente.

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Percepções sobre a economia

Para 38% dos participantes, economia piorou no último ano. Em dezembro, esse percentual era de 31%. Os que acreditam que a economia ficou do mesmo jeito variaram de 33% para 34%, enquanto 26% disseram ter sentido melhoras no período. Na última pesquisa, esta parcela era de 34% dos entrevistados.

Otimismo para o futuro diminuiu e pessimismo aumentou. Quando questionados sobre suas expectativas para os próximos 12 meses, 46% dos eleitores disseram que a economia vai melhorar e 31%, piorar. Há dois meses, eram 55% e 25%, respectivamente. Para 19%, a economia vai ficar do mesmo jeito — em dezembro, eram 16%.

Três em cada quatro participantes sentiram alta nos alimentos. Para 73% dos entrevistados, o preço da comida subiu desde a última pesquisa, contra 48% no levantamento anterior. Os que citaram alta nas contas passaram de 58% para 63%; no preço dos combustíveis, de 36% para 51%.

Detalhes da pesquisa

A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 25 e 27 de fevereiro. Ao todo, foram feitas 2.000 entrevistas presenciais, com brasileiros de 16 anos ou mais, em todos os estados.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do publicado anteriormente, a aprovação de 51% apontado pela Quaest é do trabalho do presidente do Lula e não do governo. O texto foi corrigido.

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