Réu do 8/1 que Moraes votou para inocentar 'não é bolsonarista', diz defesa
Do UOL, em São Paulo
09/03/2024 08h28
A advogada de Geraldo Filipe da Silva, réu pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 que Moraes votou para inocentar, disse que o cliente não é bolsonarista. Ela deu entrevista ao jornal Correio Braziliense.
O que aconteceu
A defesa de Geraldo afirmou que ele não era um manifestante que participava dos atos golpistas, mas um morador em situação de rua. "O Geraldo estava sem celular, descalço, com os pés machucados. Ele realmente era um morador de rua. Então, a gente conseguiu trazer tudo isso para o processo e demonstrar o que aconteceu", disse a advogada Tanieli Telles de Camargo.
Apesar do voto para inocentá-lo, o réu ainda está usando tornozeleira eletrônica, disse a advogado. Segundo Tanieli, Geraldo também cumpre as mesmas medidas cautelares que outros presos pelos ataques que destruíram a Praça dos Três Poderes.
Um dos próprios policiais ofereceu um vídeo onde o Geraldo apareceria depredando e ateando fogo em uma viatura. Nesse vídeo, eu fiz comparação das imagens, e não é o Geraldo. Era outra pessoa. Com base nisso, não existe nenhuma outra prova. Advogada Tanieli Telles de Camargo
Réu disse ter se aproximado "por pura curiosidade"
A defesa dele argumentou que, quando ele chegou perto da multidão, foi confundido com um "infiltrado petista", e que se os policiais não o tivessem prendido, seria espancado pelos demais.
Geraldo foi preso em flagrante em 8 de janeiro e ficou detido por quase 11 meses. Ele foi solto provisoriamente em novembro passado após manifestação da PGR (Procuradoria-Geral da República), que disse não haver provas contra ele.
Moraes concordou com a PGR, e disse que há "dúvida razoável" se o acusado sabia e colaborou voluntariamente com a prática dos crimes. Silva é acusado de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
O caso está em julgamento no plenário virtual do STF. A análise do caso de Geraldo vai até a próxima sexta-feira (15). Até agora, Moraes foi acompanhado pelo ministro Cristiano Zanin.