Topo

'Ser chamado de cagão foi ameaça por não aderir a golpe', diz Freire Gomes

General Freire Gomes, ex-comandante do Exército Imagem: Reprodução de vídeo

Do UOL, em Brasília

15/03/2024 16h55Atualizada em 15/03/2024 16h55

O general Marco Antônio Freire Gomes disse que ser chamado de "cagão" pelo colega Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro (PL), foi ameaça por não ter embarcado no plano de golpe de Estado.

O que aconteceu

Freire Gomes foi ouvido pela PF no dia 1º de março por aproximadamente sete horas. Ele falou na condição de testemunha.

General o xingou de "cagão". Freire Gomes confirmou aos agentes policiais que os ataques pessoais feitos por Braga Netto e Ailton Moraes Barros foram "consequência de ameaças e pressões" por ele ter rejeitado um plano de golpe de Estado. Freire Gomes respondeu que só soube das críticas a ele e sua família após a divulgação da investigação policial.

O contexto do xingamento. Em conversas no WhatsApp, Braga Netto encaminhou uma mensagem ao general Ailton Moraes Barros dizendo: "Infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá é do Gen. FREIRE GOMES. Omissão e indecisão não cabem a um combatente". Ailton Moraes Barros, militar que foi preso na investigação sobre falsificação de cartões de vacina, respondeu que deveria "oferecer a cabeça" de Freire Gomes aos leões. Braga Netto então respondeu: "Oferece a cabeça dele. Cagão".

O general também afirmou que recebia ataques nas redes sociais do economista Paulo Figueiredo, ex-comentarista na Jovem Pan, e que também é investigado na operação que investiga o golpe após as eleições de 2022.

O ministro do STF Alexandre de Moraes retirou hoje o sigilo dos depoimentos dados à Polícia Federal sobre o caso. O ministro tornou públicos todos os 27 depoimentos. A justificativa foram as notícias veiculadas pela imprensa que revelaram trechos de alguns deles.

Quem é Freire Gomes

Nasceu em família de militar. De Pirassununga, no interior de São Paulo, Marco Antônio Freire Gomes é filho do coronel de Cavalaria do Exército Francisco Valdir Gomes e Maria Enilda Freire Gomes.

Em 1977, ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ). Foi declarado aspirante a oficial da Arma de Cavalaria em 15 de dezembro de 1980.

Seguiu na carreira militar ao longo dos anos. Freire Gomes serviu no 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Bela Vista (MS); no 10º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, em Recife; e no 16º RC Mec, em Bayeux (PB). Segundo a CNN, ele também esteve no 1º Batalhão de Forças Especiais e no Comando da Brigada de Infantaria Paraquedista, no Rio, além de ter sido comandante do 1º Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia, e retornado à Aman como instrutor.

Em 2014, foi promovido a general de divisão, sendo nomeado Comandante da 10ª Região Militar, em Fortaleza (CE). Posteriormente, assumiu o cargo de Secretário-Executivo do GSI/PR, em Brasília (DF).

Sua promoção ao posto de general de Exército aconteceu em 2018. Na época, também foi nomeado para o cargo de Comandante Militar do Nordeste, em Recife (PE). Depois, assumiu o cargo de comandante de Operações Terrestres, em Brasília.

Chegou ao comando do Exército em 2022. O general quatro estrelas foi escolhido por Bolsonaro para ocupar o cargo quando ainda estava no Comando de Operações Terrestres. Na ocasião, ele assumiu o lugar do general Paulo Sérgio Nogueira.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

'Ser chamado de cagão foi ameaça por não aderir a golpe', diz Freire Gomes - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Política