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Torres quer dar novo depoimento após acusação de 'suporte jurídico' a golpe

A defesa do ex-ministro Anderson Torres disse que vai pedir novo depoimento à PF após ele ser citado como responsável por dar "suporte jurídico" a uma tentativa de golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O que aconteceu

O advogado de Torres diz que a acusação é um "grave equívoco". "Anderson Torres reafirma não ter participado de qualquer reunião com o ex-presidente Bolsonaro e os comandantes militares da época, para tratar de quais medidas antidemocráticas", disse nota assinada por Eumar Novacki.

Ex-ministro alega que foi citado "de modo genérico" por duas testemunhas. "Nesse sentido, vai requerer nova oitiva e eventual acareação, além de outras providências necessárias à elucidação do caso", acrescenta a defesa. A acareação é instrumento de investigação que permite o confronto de versões sobre um fato com duas pessoas frente a frente.

Ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica disseram que Torres atuou para dar 'suporte jurídico' a plano golpista de Bolsonaro. As afirmações foram feitas pelos dois em depoimentos prestados à PF. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, tirou o sigilo desses relatos hoje.

Chefe da Aeronáutica disse que o ex-ministro participou de várias reuniões do presidente com os representantes das Forças Armadas. Segundo o tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, Torres "procurava pontuar aspectos jurídicos que dariam suporte às medidas de exceção". Essas medidas seriam um decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) ou estado de Defesa.

O general Marco Antônio Freire Gomes, que comandou o Exército, afirmou que Torres deu explicações para medidas que poderiam ser adotadas. Ele disse, porém, que sempre reforçou que não se envolveria em qualquer tentativa de reverter o resultado eleitoral de 2022.

Torres é investigado por omissão no 8/1

O ex-ministro responde no STF por suspeita de conivência e omissão com os atos de 8 de janeiro. Ele era secretário de Segurança Pública do DF na ocasião. Essa acusação fez ele ficar preso por quase quatro meses.

O ex-secretário enfrenta também um processo disciplinar interno da PF. Esse processo apura ilegalidades cometidas por servidores públicos da corporação nos ataques que destruíram a Praça dos Três Poderes.

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