Conteúdo publicado há 7 meses

'Foi um erro colocar no governo', diz Eduardo Paes sobre Chiquinho Brazão

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), falou pela primeira vez sobre a prisão de Chiquinho Brazão, suspeito de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco. Brazão foi chefe da Secretaria Especial de Ação Comunitária do município entre outubro de 2023 e fevereiro de 2024.

O que aconteceu

"Foi um erro da minha parte colocar no governo uma pessoa que tinha suspeita no caso", disse Paes. O prefeito comentou que, quando os boatos começaram a surgir, pediu que Brazão fosse retirado da secretaria e admitiu que fez "uma avaliação equivocada" em relação aos riscos envolvidos na situação.

"Queremos alianças, mas as alianças têm que ter um limite", afirmou Paes. "A gente governa a cidade com os melhores quadros e meu governo vai continuar dando demonstração de que não tem conivência com nenhum tipo de irregularidade", disse o prefeito.

As declarações foram dadas neste sábado (30), durante o início das operações do BRT Transbrasil, segundo o jornal O Globo. Com inauguração originalmente prevista para 2017, o corredor de ônibus interliga o bairro de Deodoro, na zona oeste, ao centro do Rio, por meio de uma faixa exclusiva na Avenida Brasil.

Paes exonerou aliados dos Brazão

Na última semana, prefeito do Rio remanejou vários indicados de Brazão que seguiam na secretaria. Entre eles, Ricardo Martins David, que chegou a substituir o deputado federal à frente do órgão como suplente quando de sua saída — sendo depois substituído por Marli Peçanha, subprefeita de Jacarepaguá.

Oposição cobrava posicionamento de Paes. Membros do PSOL já haviam manifestado desconforto diante da proximidade entre o prefeito e o grupo político suspeito de ter encomendado o assassinato da vereadora filiada ao partido.

Homicídio teria ligação com resistência do PSOL em apoiar na Câmara texto que poderia render dividendos econômicos para Família Brazão — entre outros pontos. A oposição do partido ao Projeto de Lei Complementar 174, de 2016 — que flexibilizava as regras de ocupação do solo na cidade do Rio — é apontada pela Polícia Federal como uma das possíveis causas para que o assassinato tenha sido encomendado.

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