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Silvio Almeida rompe silêncio e relembra Ulysses: 'Ódio e nojo da ditadura'

O ministro de Direitos Humanos e Cidadania Silvio Almeida Imagem: Reprodução de vídeo - 8.dez.2023/YouTube/UOL

Do UOL, em São Paulo

31/03/2024 16h14

O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Silvio Almeida fez uma declaração de repúdio ao golpe militar de 1964, que completa 60 anos neste domingo (31). O ministro do Desenvolvimento Agrário Paulo Teixeira também se pronunciou. As manifestações ocorrem em um contexto de que o governo Lula evitou manifestações para relembrar o golpe.

O que eles disseram

O ministro Silvio Almeida postou um texto no X com o título "Por que ditadura nunca mais?". Dentre os motivos elencados para o repúdio à ditadura, o ministro diz: "Porque queremos um país institucional e culturalmente democrático, porque queremos um país em que a verdade e a justiça prevaleçam sobre a mentira e a violência, porque queremos um país sem milícias e grupos de extermínio".

Almeida falou sobre escravidão e terminou lembrando Ulysses Guimarães: "É preciso ter ódio e nojo da ditadura".

O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, também se manifestou em repúdio à ditadura. No X, ele lembrou dos que perderam a vida e liberdade em razão do golpe e citou Rubens Paiva, Wladimir Herzog e Manoel Fiel Filho.

Minha homenagem a todos que perderam a vida e a liberdade, em razão da ruptura da democracia no dia 31 de março de 1964, que levou o país a um período de trevas. Minha homenagem a Rubens Paiva, Wladimir Herzog e Manoel Fiel Filho, que lutaram pela democracia no Brasil.
Ministro Paulo Teixeira

Sem alarde

O governo decidiu não fazer alarde nos 60 anos do golpe de 1964. A decisão tem sido alvo de reclamações de intelectuais e movimentos sociais. No dia último 23, o repúdio ao golpe foi um dos temas de manifestações de esquerda em algumas cidades brasileiras.

Oficialmente, o Planalto não trata do assunto, mas o desestímulo por parte do presidente foi confirmada por membros do governo. A presidente da Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos, Eneá de Stutz e Almeida, lamentou o veto de Lula a manifestações os sobre o tema. "Foi com muita surpresa, foi um verdadeiro choque quando recebi a notícia".

Aliados dizem que Lula avalia que já há rusgas demais com as Forças Armadas. Já houve o envolvimento de militares com a minuta golpista. Eles argumentam que, "se for para arrumar briga", este, sim, deve ser o foco, não o golpe de 60 anos atrás.

Lula tem repetido que quer "viver o hoje". Também tem feito gestos públicos para se aproximar dos militares —o que tem aumentado à medida que as investigações indicam que as corporações, em especial a Marinha, estavam envolvidas nos supostos planos golpistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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