PSOL denuncia Tarcísio em Haia após 'tô nem aí' sobre mortes na Baixada
Do UOL, em São Paulo
10/04/2024 17h32Atualizada em 11/04/2024 12h53
O PSOL denunciou ao TPI (Tribunal Penal Internacional) o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o secretário de Segurança, Guilherme Derrite, por crime contra a humanidade após as dezenas de mortes na Baixada Santista.
O que aconteceu
A representação criminal foi assinada na terça-feira (9). O documento é de autoria da deputada federal Luciene Cavalcante (SP), do vereador de São Paulo Celso Giannazi e do deputado estadual Carlos Giannazi (SP).
Os parlamentares pedem que o TPI, também conhecido como Tribunal de Haia, instaure um procedimento investigatório. A representação pede que eles sejam condenados por homicídio, tortura e perseguição.
No documento, os psolistas ressaltam que o governo Tarcísio reduziu o investimento em câmeras corporais nos policiais militares. "São recorrentes os casos de abuso de poder, tortura e prisões ilegais cometidas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo sob comando dos representados", diz um tercho da representação.
A denúncia também cita uma fala de Tarcísio, feita no mês passado, em que ele comenta as críticas à Operação Verão. "E aí o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta que eu não tô nem aí".
Governo de São Paulo diz que as forças de segurança "atuam no estrito cumprimento do seu dever constitucional". "As polícias de São Paulo não toleram nem compactuam com excessos, indisciplina ou desvios de conduta, sendo todas essas práticas rigorosamente investigadas e punidas pelas corporações", diz nota da gestão estadual.
Operações na Baixada
A SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) anunciou, no último dia 1º, o fim da terceira fase da Operação Verão, realizada no litoral paulista desde dezembro do ano passado. Ao todo, 56 pessoas foram mortas.
Operação mirou combate ao tráfico de drogas, segundo a SSP. Desde dezembro, 1.025 pessoas foram presas, 47 adolescentes foram apreendidos e 2,6 toneladas de drogas foram recolhidas. O trabalho resultou na redução de roubos em 25,8% em Santos, São Vicente e Guarujá no primeiro bimestre do ano, quando comparado ao do ano anterior, ainda de acordo com a Secretaria.
Já a Operação Escudo foi encerrada em setembro do ano passado. A ação deixou 28 pessoas mortas, também na Baixada Santista.
As duas operações foram deflagradas pela SSP-SP após a morte de policiais no litoral paulista.