'Sentimento é de alívio', diz Freixo após Câmara manter prisão de Brazão
Do UOL e colaboração para o UOL, em Brasília
10/04/2024 20h45Atualizada em 10/04/2024 21h21
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, afirmou que sente "alívio" com decisão da Câmara dos Deputados de manter a prisão de Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
O que aconteceu
Freixo acompanhou a votação no plenário da Casa. A prisão foi mantida com placar de 277 votos favoráveis e 129 contra — eram necessários 257 votos. Agora, o STF será comunicado com máxima urgência.
O ex-deputado federal e Marielle eram amigos próximos. A vereadora integrou a equipe de campanha que elegeu o político a deputado estadual no Rio de Janeiro (2007 a 2019) e depois foi assessora dele por dez anos.
Não cabia ao Parlamento atropelar uma investigação tão séria, tão importante da Polícia Federal, a decisão de uma turma do Supremo, de 5 a 0. O Parlamento tem outra função. Tem o Conselho de Ética, que é o cabe avaliar, mas ele se mantém preso em respeito a uma investigação que durou seis anos e custou muito caro para todos nós. É um sentimento de alívio importantíssimo.
Quem votou pela prisão, votou pelo sentimento correto de justiça. Quem votou contra a prisão, perdeu. Simples assim.
Marcelo Freixo, presidente da Embratrur
'Precedente perigoso', diz advogado de Brazão
O advogado de Brazão, Cleber Lopes, criticou a manutenção da prisão do deputado. Ele afirmou que a decisão da Câmara abre margem para a decretação de prisões preventivas em série contra outros parlamentares, inclusive para crimes menos graves que homicídio.
Hoje o Conselho de Ética da Câmara também abriu o processo de cassação contra o deputado. A ação foi solicitada pelo PSOL e pode levar pelo menos três meses para conclusão.
No Estado de Direito, nós não podemos descuidar das garantias, sejam elas conferidas a parlamentares, sejam elas conferidas a um cidadão comum, sob pena de nós permitirmos o arbítrio. E o arbítrio não faz bem à democracia
Cleber Lopes, advogado de Chiquinho Brazão