Prefeita joga fora livros doados a biblioteca em SC: 'Porcaria'
Do UOL, em São Paulo
18/04/2024 18h41Atualizada em 19/04/2024 08h23
A prefeita de Canoinhas (SC), Juliana Maciel (PL), publicou um vídeo jogando no lixo livros distribuídos pelo projeto Mundoteca, alegando que são "porcaria". Ela também afirmou que a iniciativa é do governo federal, o que foi negado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
O que aconteceu
Livro sobre educação sexual e obra de Luís Fernando Veríssimo foram para o lixo. "As Melhores do Analista de Bagé", de Luís Fernando Veríssimo e "Aparelho sexual e Cia.", publicamente criticado por Jair Bolsonaro, foram jogados fora pela prefeita.
Juliana Maciel criticou o PT . "Mais uma vez o governo do PT faz esse tipo de coisa: bota o adolescente, bota a criança, induz a coisa que não é dos valores do que a gente acredita, não é o que a família quer que ele aprenda. Não é realmente o que uma criança ou até um adolescente precisa ler numa biblioteca", diz a prefeita.
Prefeita ainda fez "alerta" a outros municípios. Juliana Maciel diz que prefeitos de municípios que aderiram ao projeto Mundoteca devem "fazer um pente fino nos livros para ver se não estão sendo enganados".
Governo federal destacou que o projeto Mundoteca é da iniciativa privada. "Peças de desinformação estão expondo o projeto Mundoteca, da FGM Produções, como sendo uma iniciativa do governo federal. Aprovado a captar recursos por meio da Lei de Incentivo Cultural em 2018, o projeto foi executado entre 2019 e 2023. Apesar de acessar uma política pública de incentivo, a Mundoteca não é uma ação do Governo Federal", diz nota da Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência da República.
O UOL entrou em contato com a Prefeitura de Canoinhas e com a Fundação Catarinense de Cultura em busca de posicionamento, mas não recebeu retorno. Este espaço segue aberto para manifestação.
A unidade de Marcílio Dias, na cidade de Canoinhas, foi inaugurada no dia 19 de novembro de 2022 e gerida pelo projeto por um período de oito meses, como previsto em contrato, não tendo qualquer vínculo com a atual gestão do Governo Federal. Após esse período, o gerenciamento do espaço e de seu acervo foram entregues ao poder executivo municipal.
Trecho do texto da Secom, citando nota divulgada pela produtora cultural