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Cármen Lúcia diz que leis não bastam: 'Sem juízes, você não dorme em paz'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/04/2024 22h16

A ministra Cármen Lúcia, do STF, saiu em defesa dos juízes em um seminário da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) sobre os 40 anos das "Diretas Já".

O que ela disse

Como exemplos da importância de um juiz, Cármen Lúcia usou casos de uma criança que não tem vaga na escola e de um idoso que não consegue um remédio. "Temos leis, e as leis não bastam. Sem juízes para fazer o que a lei tenha, você não pode dormir em paz [...] É preciso que você saiba se o seu filho de 7 anos não tiver escola, eu vou ao juiz. Se o meu pai precisa do remédio e não tem o medicamento que não está registrado na Anvisa e ele precisa disso para se salvar, eu vou ao juiz. Há juízes no Brasil, com todas as dificuldades".

No mesmo seminário, a ministra defendeu que o movimento pelas eleições diretas provou que a sociedade brasileira é capaz de se unir em defesa da democracia. "Nós precisamos resgatar o que nos une para ser uma democracia. Não é o que nos separa que faz um povo viver junto. Não é o que nos isola um do outro, como se fosse uma pandemia de ódios permanentes. Superada a covid-19, nós temos um 'covódio', que é um corona de ódio, nos corações odientos de uns contra outros. Não se faz democracia com raivas, se constrói humanidade com afetos, com o que nos aproxima, que foi o que o movimento das Diretas nos trouxe".

Ela também lembrou os ataques à democracia e o 8/1, afirmando que o Brasil vive "tempos de desassossego". "Naquele tempo, duas horas mais ou menos, eles (radicais do 8/1) estilhaçaram até o elevador de aço do Supremo Tribunal Federal, do teto até o chão", destacou.

Atual vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Cármen Lúcia terminou com um alerta. "A democracia é a planta mais segura no canteiro da nossa vida, é a planta mais necessária, é o fruto da igualdade e da liberdade, mas ela é frágil. A gente tem que cuidar dela todo dia, porque erva daninha, que é a tirania, o despotismo, toda forma de ditadura, é fácil de acontecer", completou.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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