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PF vê indício de desvio de emenda de Chiquinho Brazão e pede novo inquérito

O deputado federal Chiquinho Brazão (RJ), suspeito de ser mandante intelectual do assassinato de Marielle Franco Imagem: 1º.dez.2021 - Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

23/05/2024 17h02Atualizada em 23/05/2024 21h53

A Polícia Federal pediu ao STF a abertura de um novo inquérito contra o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ).

O que aconteceu

Brazão e o ex-deputado federal Pedro Augusto (PP) são suspeitos de crimes contra a administração pública. Segundo a PF, há indícios de que eles operaram um esquema para desviar dinheiro de emendas parlamentares. Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão estão presos sob a acusação de ser mandantes dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Eles negam participação.

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Indícios foram descobertos após apreensão do celular de Robson Calixto da Fonseca. Ele é ex-assessor do gabinete de Domingos Brazão no TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro). Conhecido como Peixe, foi preso no último dia 9, suspeito de ter intermediado uma reunião entre os irmãos Brazão e Ronnie Lessa, que confessou o crime.

A PF afirma que Wendre Dias, assistente de Chiquinho Brazão, enviou mensagens a Peixe pedindo a aprovação de emendas que totalizam R$ 4 milhões. Segundo a PF, a suspeita é que Peixe seja o responsável por destinar os recursos.

Essa não seria a única vez em que Peixe teria lidado com grandes quantidades de dinheiro da família Brazão. O relatório da PF aponta que o celular do assessor tinha imagens relacionadas a emendas, intermediação com deputados e compra de bens de luxo — a polícia afirma que, em outubro de 2023, ele comprou uma cobertura de R$ 2,2 milhões em um condomínio no Recreio dos Bandeirantes, bairro da zona oeste do Rio.

Valores desaguariam nas contas da empresa "Elohim Serviços Terceirizados". Maria Clara Fonseca, filha do Peixe, é a única sócia da empresa.

PF também encontrou mensagens de Peixe a Maria de Fátima Bezerra, assessora do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em ao menos duas ocasiões, segundo a PF, Peixe cobrou dela o encaminhamento de recursos parlamentares. O relatório da PF não diz se ela respondeu às mensagens — investigação também não indica nenhum indício de ilegalidade da parte de Flávio.

Ao UOL, Flávio Bolsonaro disse conhecer Peixe da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), de quando eram deputado estadual e assessor parlamentar, respectivamente. Ele contou que, em 2023, atendeu a um pedido de Peixe por uma emenda para o Ifop, um instituto de formação profissional do Rio voltado a pessoas em situação de vulnerabilidade social. "Foi um pedido justo para um trabalho sério", afirmou. A instituição voltou a pedir recursos neste ano, mas o senador disse ter negado.

O UOL tenta contato com os representantes de Chiquinho Brazão, Pedro Augusto e Robson Calixto Fonseca. Caso haja resposta, o texto será atualizado.

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