Abraji pede segurança a jornalistas após reportagens sobre fugitivos do 8/1

A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) enviou, na tarde de hoje (14), um ofício à Embaixada do Brasil em Buenos Aires, na Argentina, solicitando proteção a jornalistas do UOL que atuam no país vizinho.

Os profissionais passaram a receber ameaças de agressão física em redes sociais depois de publicarem reportagens sobre a fuga de investigados e condenados pelos ataques do 8 de Janeiro.

No ofício, a Abraji solicitou à embaixada que garanta "proteção", "providências" e "especial atenção à segurança" aos jornalistas que atuam na cobertura na Argentina.

Parte das ameaças de violência vinha acompanhada de fotografias dos repórteres ou de pedidos para que eles fossem agredidos fisicamente, caso fossem encontrados nas ruas trabalhando.

As primeiras reportagens do UOL mostraram uma lista de dez pessoas investigadas por ataques à democracias depois das eleições de 2022, na qual nove delas estavam na Argentina depois de quebrarem suas tornozeleiras e fugirem do Brasil.

Por causa das reportagens, o Supremo Tribunal Federal expediu um total de 209 mandados de prisão até 6 de junho. Naquele dia, a Polícia Federal fez uma operação para recapturar foragidos no Brasil, prender quem estava se movimentando para fugir e deter também aqueles que o ministro Alexandre de Moraes julgou que tinham "fundado receio de fuga". Ao todo 50 investigados e condenados foram presos.

Para buscar os foragidos na Argentina, o governo brasileiro pediu informações ao governo de Javier Milei sobre o paradeiro de cerca de 140 investigado. A PF estima que 180 pessoas ainda estejam foragidas no exterior e no Brasil.

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