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Ex-juíza chama abolição do Estado de Direito de 'migué jurídico'

Após aposentadoria compulsória, ex-juíza foi morar nos EUA Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

02/07/2024 15h02Atualizada em 02/07/2024 16h31

A ex-juíza Ludmila Lins Grilo voltou a criticar o STF e chamou o crime de abolição violenta do Estado democrático de Direito de "migué jurídico" durante participação em um congresso conservador que reuniu brasileiros nos EUA.

O que aconteceu

A ex-juíza se posicionou mais uma vez contra o STF durante o Congresso Conservador Brasileiro nos Estados Unidos. Segundo Ludmila, ela foi convidada para falar sobre o "preço da liberdade", já que foi aposentada compulsoriamente pelo CNJ em 2023 após ataques ao STF nas redes sociais.

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Antiga seguidora de Olavo de Carvalho, Ludmila Lins ainda aconselhou golpistas que se reunissem na Avenida Paulista, em São Paulo. Para ela, ninguém seria preso se não houvesse o STF. "Tem que fazer na Paulista mesmo, lá não tem STF. Lá ninguém vai poder te acusar de abolição violenta do Estado democrático de Direito, um 'migué' jurídico, um cinismo."

Ex-juíza também aproveitou o discurso para atacar o ministro Gilmar Mendes. "Eles sabem que isso é um 'migué' jurídico e o próprio Gilmar Mendes falou isso lá em Portugal e achou que ninguém ia saber. Mas hoje em dia todo mundo tem iPhone e todo mundo viu. Todo mundo sabe que você é um cínico", disse Ludmila, que ganhou popularidade nas redes sociais entre bolsonaristas em 2021, por criticar as políticas públicas de contenção da covid-19.

Nas redes sociais, ela compartilhou um outro trecho do discurso e disse que "a liberdade custa caro". Ludmila publicou em sua conta no Instagram que o preço da liberdade só é pago para aqueles que não aceitam ser "escravizados". "Ainda bem que há pessoas dispostas a pagar o preço de uma liberdade que será compartilhada por todos", disse.

O evento foi no município de Framingham, nos dias 29 e 20 de junho, e reuniu nomes já conhecidos do bolsonarismo. Além de Ludmila Lins, Paulo Figueiredo, Allan dos Santos, Claudio Caivano, Patricia Munhoz, Tânia Soster, Major Vitor Hugo, Ernesto Araújo, Maurício Galante e Wesley Ros foram palestrantes no evento. O ex-presidente Jair Bolsonaro participou via chamada de vídeo.

Na Avenida Paulista não tem praça dos Três Poderes para você ser acusado de golpe de estado. Na Avenida Paulista é infinitamente mais seguro fazer uma manifestação política do que em Brasília [...] Lá ninguém vai poder te acusar de abolição violenta do Estado democrático de Direito, um 'migué' jurídico, um cinismo.
Ludmila Lins, ex-juíza

Aposentada por atacar STF

Ludmila foi aposentada compulsoriamente pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em fevereiro do ano passado por má gestão e ataque a ministros do STF nas redes sociais. Ela era titular da Vara Criminal e da Infância e Juventude de Unaí (MG).

Antes da aposentadoria, a juíza já havia sido advertida pelo TJ-MG. Ela foi investigada por participação em empresa, morosidade processual, ausência de respostas a ofícios encaminhados pela Corregedoria local, ausência da magistrada em horário de expediente forense e falta de comprometimento com a prestação jurisdicional.

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